TRABALHADORES DA LUZ

A IDENTIDADE DO TRABALHADOR DA LUZ

Os Trabalhadores da Luz são almas que possuem o forte desejo interior de difundir Luz (conhecimento, liberdade e amor) sobre a Terra. Eles sentem isso como sua missão. São freqüentemente atraídos para a espiritualidade e para algum tipo de trabalho terapêutico. Devido ao seu profundo sentimento de missão, os Trabalhadores da Luz sentem-se diferentes de outras pessoas. Ao experimentarem diferentes tipos de obstáculos em seus caminhos, a vida os estimula a encontrar seu caminho próprio, único. Os Trabalhadores da Luz quase sempre são indivíduos solitários que não se adaptam às estruturas sociais estabelecidas. 

Uma observação sobre o conceito de “Trabalhador da Luz”:

 

A expressão “Trabalhador da Luz” pode provocar mal-entendidos, já que diferencia um grupo particular de almas, do resto. Além disso, pode parecer sugerir que este grupo particular é, de algum modo, superior aos outros, por exemplo, àqueles “não Trabalhadores da Luz”. Toda esta linha de pensamento está em desacordo com a própria natureza e objetivo do trabalho da Luz.

Permitam-nos expor brevemente o que há de errado nisso. 

Primeiro, pretensões de superioridade geralmente não são iluminadas. Elas bloqueiam seu crescimento em direção a uma consciência livre e amorosa. Segundo, os Trabalhadores da Luz não são “melhores” nem “superiores” a ninguém. Eles simplesmente têm uma história diferente daquela dos que não pertencem a este grupo. Graças a esta história peculiar, que discutiremos mais adiante, eles têm certas características psicológicas que os distinguem como um grupo. 

Terceiro, toda alma chega a ser um Trabalhador da Luz em determinada etapa do seu desenvolvimento. Portanto, a qualificação “Trabalhador da Luz” não está reservada para um número limitado de almas. 

A razão pela qual utilizamos o termo “Trabalhador da Luz” – apesar dos possíveis mal-entendidos – é porque ela traz associações e agita memórias dentro de vocês que os ajuda a recordar. Também há uma conveniência prática, já que este termo é freqüentemente usado em sua literatura espiritual corrente. 

RAÍZES HISTÓRICAS DOS TRABALHADORES DA LUZ

Os Trabalhadores da Luz trazem consigo a habilidade de alcançar o despertar espiritual mais rapidamente que outras pessoas. Eles carregam sementes internas para um rápido despertar espiritual. Por causa disso, parecem estar numa via mais rápida que a maioria das pessoas, se assim escolhem. Mais uma vez, isto não acontece porque os Trabalhadores da Luz sejam de algum modo almas “melhores” ou “superiores”. No entanto, eles são mais velhos que a maioria das almas encarnadas na Terra atualmente. Esta idade “mais velha” deve ser entendida, de preferência, em termos de “experiência”, mais que de “tempo”. 

Os Trabalhadores da Luz alcançaram um estágio particular de iluminação, antes de encarnarem na Terra e começarem sua missão. Eles escolheram conscientemente envolver-se na “roda cármica da vida” e experimentar todas as formas de confusão e ilusão que fazem parte dela. 

Fizeram isto para compreender completamente “a experiência da Terra”. Isto lhes permitirá cumprir sua missão. Só passando, eles mesmos, por todos os estágios de ignorância e ilusão, é que eles possuirão finalmente as ferramentas para ajudar os outros a alcançar um estado de verdadeira felicidade e iluminação. 

Por que os Trabalhadores da Luz perseguem esta missão sincera de ajudar a humanidade, mesmo correndo o risco de se perderem, durante eras, na densidade e confusão da vida terrestre? Esta é uma questão da qual nos ocuparemos extensivamente mais adiante. Agora, diremos apenas que isto tem de ver com um tipo de carma galáctico. 

Os Trabalhadores da Luz presenciaram a véspera do nascimento da humanidade na Terra. Eles fizeram parte da criação do homem. Foram co-criadores da humanidade. Durante o processo de criação, eles fizeram escolhas e agiram de formas que mais tarde vieram a lhes causar um profundo  arrependimento. Eles estão aqui agora para reparar suas decisões de então. 

Antes de entrarmos nesta história, citaremos algumas características das almas Trabalhadoras da Luz, que geralmente as distinguem de outras pessoas. Estes traços psicológicos não pertencem exclusivamente aos Trabalhadores da Luz e nem todos os Trabalhadores da Luz os reconhecerão como seus. Ao apresentarmos esta lista, simplesmente queremos dar um esboço da identidade psicológica dos Trabalhadores da Luz. Quanto às características, o comportamento exterior é menos importante do que as motivações internas ou intenções sentidas. O que vocês sentem por dentro é mais importante do que o que mostram externamente. 

CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DOS TRABALHADORES DA LUZ

-
Desde cedo em suas vidas, eles sentem que são diferentes. Quase sempre, sentem-se isolados dos outros, solitários e incompreendidos. Freqüentemente tornam-se individualistas e têm que encontrar seus próprios caminhos na vida.
-
Eles têm dificuldade para se sentir à vontade em empregos tradicionais e/ou em estruturas burocratas. Os Trabalhadores da Luz são naturalmente antiautoritários, o que significa que resistem naturalmente às decisões ou valores baseados somente em poder ou hierarquia. Este traço de antiautoritarismo está presente mesmo entre os que parecem tímidos e envergonhados. Ele está relacionado com a própria essência da missão deles aqui na Terra.
-
Os Trabalhadores da Luz sentem-se atraídos para ajudar as pessoas, como terapeutas ou como professores. Podem ser psicólogos, curadores, professores, enfermeiros, etc. Mesmo que a sua profissão não esteja diretamente relacionada com ajudar pessoas, sua intenção de contribuir para o bem-estar da humanidade está claramente presente.
-
Sua visão da vida é colorida por um sentido espiritual de como todas as coisas estão relacionadas umas com as outras. Consciente ou inconscientemente, eles levam dentro de si memórias de esferas de luz não terrestres. Podem – ocasionalmente – sentir saudades dessas esferas de luz e sentir-se como um estranho na Terra.
-
Honram e respeitam profundamente a vida, o que freqüentemente se manifesta como afeição pelos animais e preocupação com o meio ambiente. A destruição de partes do reino animal ou vegetal na Terra pela ação do homem evoca neles profundos sentimentos de perda e aflição.
-
São bondosos, sensíveis e empáticos. Podem sentir-se incômodos ao se defrontarem com um comportamento agressivo e geralmente têm dificuldade para se defender. Podem ser sonhadores, ingênuos ou profundamente idealistas, assim como insuficientemente “enraizados”, isto é, não ter os pés na terra. Como eles têm facilidade para captar sentimentos e humores (negativos) das pessoas que os rodeiam, é importante que possam, regularmente, passar algum tempo a sós. Isto lhes permite distinguir entre seus próprios sentimentos e os das outras pessoas. Necessitam de momentos de solidão para recuperar a própria base e estar em contato com a mãe Terra.
-Eles viveram muitas vidas na Terra, nas quais estiveram profundamente envolvidos com a espiritualidade e/ou religião. Estiveram presentes, em grande número, nas velhas ordens religiosas do seu passado, como monges, monjas, ermitães, psíquicos, bruxas, xamãs, sacerdotes, sacerdotisas, etc. Foram os que construíram uma ponte entre o visível e o invisível, entre o contexto diário da vida terrestre e os reinos misteriosos de pós-vida, de Deus e dos espíritos do bem e do mal. Por desempenharem este papel, muitas vezes eles foram renegados e perseguidos. Muitos de vocês foram sentenciados à fogueira devido aos dons que possuíam. Os traumas das perseguições deixaram profundas marcas na memória de suas almas. Isso pode manifestar-se atualmente como medo de estar completamente enraizado, isto é, medo de estar realmente presente, porque vocês se lembram de terem sido brutalmente atacados por serem quem eram.  

PERDER-SE: O PERIGO PARA O TRABALHADOR DA LUZ

Os Trabalhadores da Luz podem estar presos nos mesmos estados de ignorância e ilusão que qualquer outra pessoa. Embora comecem de um ponto de partida diferente, a capacidade deles para romper o medo e a ilusão, com o propósito de alcançar a iluminação, pode ser bloqueada por muitos fatores. (Por iluminação, queremos dizer o estado no qual vocês compreendem que são essencialmente da Luz, capazes de escolher a luz em qualquer momento).

Um dos fatores que bloqueiam o caminho da iluminação para os Trabalhadores da Luz é o fato de terem uma pesada carga cármica, que pode levá-los a se extraviarem por bastante tempo. Como afirmamos anteriormente, esta carga cármica está relacionada com decisões que eles tomaram com relação à humanidade em suas etapas iniciais. Foram decisões essencialmente desrespeitosas para com a vida (falaremos disto mais tarde, neste capítulo). Todos os Trabalhadores da Luz que vivem agora desejam corrigir alguns de seus erros passados e recuperar e cuidar do que foi destruído por causa disso.

Quando os Trabalhadores da Luz completarem seu caminho através da carga cármica, isto é, quando liberarem todo tipo de necessidade de poder, compreenderão que são essencialmente seres de luz. Isso lhes permitirá ajudar outras pessoas a achar seu próprio ser verdadeiro. Mas primeiro eles mesmos têm que passar por esse processo, o que geralmente exige grande determinação e perseverança no nível interno. Devido aos valores e julgamentos neles incutidos pela sociedade, os quais freqüentemente vão contra seus próprios impulsos naturais, muitos Trabalhadores da Luz se perderam, terminando em estados de desconfiança de si mesmos, auto-negação e, inclusive, depressão e desesperança. Isto porque eles não conseguem se adaptar à ordem estabelecida e concluem que deve haver algo de terrivelmente errado com eles.

O que os Trabalhadores da Luz têm que fazer, neste ponto, é deixar de procurar validação externa, através de pais, amigos ou da sociedade. Em algum momento, você (que está lendo isto) terá que dar o salto para a verdadeira autorização, o que significa realmente acreditar em si mesmo e verdadeiramente honrar suas inclinações naturais e seu conhecimento interior, agindo de acordo com eles. Nós o convidamos a fazer isso e lhe asseguramos que estaremos com você em cada passo do caminho – exatamente como você, num futuro não distante, estará aí para ajudar outros em seu caminho.

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa.

A HISTÓRIA GALÁCTICA DOS TRABALHADORES DA LUZ

O NASCIMENTO DA ALMA

As almas dos Trabalhadores da Luz nasceram muito antes que surgissem a Terra e a humanidade. As almas nascem por levas. Em certo sentido, as almas são eternas, sem começo e sem fim. Mas, em outro sentido, elas nascem num determinado ponto. É neste ponto que suas consciências alcançam um sentido de individualidade própria. Antes desse ponto, elas já existem, como uma possibilidade. Ainda não há consciência de “eu” e “outro”.

A consciência do “eu’ aparece quando, de algum modo, é feita uma linha de demarcação entre grupos de energias. Temos de voltar às metáforas para poder explicar isto. 

Pensem no oceano, por um momento, e imaginem que ele é um enorme campo de energias fluindo: correntes que se juntam e se separam constantemente. Imaginem que uma consciência difusa permeia todo o oceano. Chamem-na de espírito do oceano, se quiserem. Depois de algum tempo, concentrações de consciência emergem em certos lugares do oceano. A consciência aqui é mais focalizada, menos difusa do que no seu entorno direto. Por todo o oceano, há uma diferenciação progressiva que leva ao desenvolvimento de formas transparentes dentro do oceano. Essas formas, que são pontos focalizados de consciência, movem-se independentemente do seu entorno. Experimentam a si mesmas como formas diferentes do oceano (espírito). O que ocorre aqui é o nascimento de um sentido rudimentar de “eu” ou auto-consciência. 

Por que os pontos focalizados de consciência apareceram em algumas partes do oceano e não em outras? Isto é muito difícil de se explicar. No entanto, vocês podem sentir que há algo muito natural neste processo? Se atirarem sementes sobre num campo de terra, vocês notarão que as pequenas plantas que brotarem crescerão cada uma no seu próprio tempo e ritmo. Uma não crescerá tanto ou tão facilmente quanto a outra. Algumas nem sequer crescerão. Há diferenciação através do campo. Por quê? A energia do oceano (o espírito do oceano) intuitivamente procura a melhor expressão possível para todas as suas múltiplas correntes ou camadas de consciência. 

Durante a formação de pontos individuais de consciência no oceano, há um poder externo que trabalha sobre o oceano – ou assim parece. Esse é o poder da divina inspiração, que pode ser concebido como o aspecto masculino Daquele que criou vocês. Enquanto o oceano representa o lado feminino, receptivo, o aspecto masculino pode ser visualizado como raios de luz derramando-se no oceano, que intensificam o processo de diferenciação e a separação em massas individuais de consciência. Eles são como os raios de sol que aquecem a sementeira. 

O oceano e os raios de luz juntos formam uma entidade ou ser que pode ser chamado de arcanjo. É uma energia arquetípica que integra ambos os aspectos masculino e feminino em si mesma, e é uma energia angélica que se manifesta ou se expressa  para vocês. Voltaremos à noção de arcanjo mais tarde, com mais detalhes, no último capítulo da série Trabalhadores da Luz, chamado “Seu Ser de Luz”. 

Depois que a alma nasce como uma unidade individual de consciência, lentamente abandona o estado de unidade oceânica que foi seu lar durante muito tempo. Ela se torna cada vez mais consciente de estar separada e independente.

Com essa conscientização, aparece, pela primeira vez em seu ser, uma sensação de perda ou carência. Quando ela se lança no seu caminho de exploração como uma entidade individual, ela carrega consigo um certa saudade da totalidade, um desejo de pertencer a algo maior do que ela mesma. Bem no fundo, ela conserva a lembrança de um estado de consciência onde tudo é um, onde não existe “eu” e “outro”. Isto é o que ela considera o “lar”: um estado de unidade extasiante, um lugar de completa segurança e fluidez. 

Com esta lembrança “no fundo da mente”, ela começa sua viagem através da realidade, através de incontáveis campos de experiência e exploração interna. A nova alma é levada pela curiosidade e tem uma grande necessidade de experiência. Esse é o elemento que não existia no estado oceânico de unidade. Agora a alma pode explorar livremente tudo o que deseja. É livre para procurar a totalidade de todas as maneiras possíveis. 

Dentro do universo, há incontáveis planos de realidade para serem explorados. A Terra é apenas um deles, e um que surgiu relativamente tarde, falando numa escala cósmica. Os planos da realidade, ou dimensões, sempre se originam de necessidades interiores ou desejos. Como todas as criações, são as manifestações de visões internas e ponderações. A Terra foi criada de um desejo interno de juntar elementos de diferentes realidades que colidiam uns com outros. A intenção era que a Terra fosse um crisol de fusão para uma grande gama de influências. Explicaremos isto mais abaixo. Agora é suficiente dizer que a Terra chegou relativamente tarde no estágio cósmico e que muitas almas viveram muitas vidas de exploração e desenvolvimento em outros planos de realidade (planetas, dimensões, sistemas estelares, etc.), antes mesmo que a Terra nascesse. 

Os Trabalhadores da Luz são almas que viveram muitas, muitas vidas nesses outros planos, antes de encarnarem na Terra. Isso é o que os distingue das “almas terrestres”, como as chamaremos por questão de conveniência. As almas terrestres são aquelas que encarnaram em corpos físicos na Terra relativamente cedo em seu desenvolvimento como unidades individualizadas de consciência. Pode-se dizer que elas começaram seu ciclo de vidas terrestres, quando suas almas estavam em suas etapas infantis. Naquele tempo, os Trabalhadores da Luz eram almas “adultas”. Eles já haviam passado por muitas experiências, e o tipo de relacionamento que mantiveram com as almas terrestres pode ser comparado àquele entre pais e filhos. 

O DESENVOLVIMENTO DA VIDA E DA CONSCIÊNCIA NA TERRA


A evolução das formas de vida na Terra foi estreitamente entrelaçada com o desenvolvimento interno das almas terrestres. Embora nenhuma alma esteja ligada a um planeta em particular, pode-se dizer que as almas terrestres são os nativos do seu planeta. Isso porque seu crescimento e expansão coincidem aproximadamente com a proliferação de formas de vida na Terra. 

Quando as unidades individuais de consciência nascem, elas são um pouco parecidas com simples células físicas, no que diz respeito à estrutura e possibilidade. Do mesmo modo que as células têm uma estrutura relativamente simples, os movimentos internos de uma consciência recém-nascida são transparentes. Ainda não se estabeleceu muita diferenciação. Há um mundo de possibilidades a seus pés (tanto física como espiritualmente). O desenvolvimento de uma forma recém-nascida de consciência para um tipo de consciência introspectiva e capaz de observar e reagir a seu meio ambiente pode ser grosseiramente comparado ao desenvolvimento de um organismo unicelular para um organismo vivo complexo, que interage com seu meio ambiente de múltiplas maneiras.

Aqui nós estamos comparando o desenvolvimento da consciência das almas com o desenvolvimento biológico da vida, não apenas como uma metáfora. De fato, o desenvolvimento biológico da vida, como aconteceu na Terra, deveria ser visto como baseado numa necessidade espiritual de exploração e experiência por parte das almas terrestres. Esta necessidade ou desejo de exploração provocou o surgimento de uma rica variedade de formas de vida na Terra. Como dissemos, a criação é sempre o resultado de um movimento interno da consciência. Embora a teoria da evolução, como é atualmente aceita pela sua ciência, descreva até certo ponto corretamente o desenvolvimento das formas de vida no seu planeta, escapa-lhe completamente o impulso interno, o motivo “oculto” por trás desse processo profundamente criativo. A proliferação de formas de vida na Terra deveu-se a movimentos internos no nível da alma. Como sempre, o espírito precede e cria a matéria. 

No início, as almas terrestres encarnaram nas formas físicas que melhor se adaptavam ao seu sentido ainda rudimentar de ser: organismos unicelulares. Depois de um período em que ganharam experiência e integraram-na à sua consciência, surgiu a necessidade de meios mais complexos de expressão física. Assim, formas de vida mais complexas foram impulsionadas a existir. A consciência criou formas físicas em resposta às necessidades e desejos internos das almas terrestres, cuja consciência coletiva habitava a Terra no princípio. 

A formação de novas espécies e a encarnação de almas terrestres em membros individuais daquelas espécies representa um grande experimento de vida e consciência. Embora a evolução seja dirigida pela consciência (e não por acidente e incidente), ela não segue uma linha predeterminada de desenvolvimento. Isso porque a consciência é livre e imprevisível. 

As almas terrestres experimentaram todos os tipos de forma animal de vida. Habitaram vários tipos de corpos físicos no reino animal, mas nem todas experimentaram a mesma linha de desenvolvimento. 

O caminho de desenvolvimento da alma é muito mais fantástico e aventuroso do que vocês supõem. Não há leis acima ou fora de vocês. Vocês são a lei para vocês. Então, se por exemplo vocês decidem experimentar a vida do ponto de vista de um macaco, vocês podem, em algum momento, encontrar-se vivendo num corpo de macaco, desde o nascimento ou como um visitante temporário. A alma, especialmente a alma jovem, implora por experiência e por expressão. Essa ânsia por explorar é responsável pela diversidade de formas de vida que floresceram na Terra. 

Dentro desse grande experimento de vida, o surgimento da forma de vida humana marcou o início de uma etapa importante no desenvolvimento da consciência da alma na Terra. Antes de explicar isso detalhadamente, discutiremos os estágios do desenvolvimento interior da alma. 

EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA: ETAPA INFANTIL, MATURIDADE E VELHICE

Se observarmos o desenvolvimento da consciência da alma, depois que ela nasce como uma unidade individual, veremos que ela passa aproximadamente por três estágios internos. Estes estágios existem independente do plano particular de realidade (planeta, dimensão, sistema estelar) que a consciência escolhe para habitar ou experienciar. 

1) O estágio da inocência (“paraíso”)
2) O estágio do ego (“pecado”)
3) O estágio da “segunda inocência” (“iluminação”) 

Estes estágios poderiam ser comparados metaforicamente com infância, maturidade e velhice. 

Depois que as almas nascem como unidades individuais de consciência, elas deixam o estado oceânico de unidade, do qual elas se lembram como ditoso e completamente seguro. Então, elas partem para explorar a realidade de uma maneira completamente nova. Lentamente elas se tornam mais conscientes de si mesmas e de como são únicas em comparação com seus companheiros de viagem. Neste estágio, elas são muito receptivas e sensíveis, como uma criança pequena que observa o mundo com os olhos bem abertos, expressando curiosidade e inocência. 

Este estágio pode ser chamado de paradisíaco, já que a experiência de unidade e segurança ainda está fresca na memória das almas recém-nascidas. Elas ainda estão perto do lar; ainda não questionam o seu direito de ser quem são. 

Conforme a viagem continua, a lembrança do lar vai se desvanecendo, enquanto as almas  mergulham em tipos diferentes de experiência. No começo, tudo é novo, e tudo é absorvido sem julgamento no estágio da infância. 

Um novo estágio se estabelece, quando a jovem alma começa a experienciar a si mesma como o ponto focal de seu mundo. É então que ela realmente começa a se dar conta de que existe algo como “eu” e “outro”. Ela começa a perceber como pode influenciar seu meio ambiente ao agir sobre ele. A própria idéia de fazer algo que surge da sua própria consciência é nova. Antes, havia uma aceitação mais ou menos passiva de tudo o que fluía. Agora, há dentro da alma uma noção crescente do seu poder de exercer influência naquilo que ela vivencia. Este é o começo do estágio do ego. O ego originalmente representa a habilidade de usar sua vontade para afetar o meio externo. Por favor, notem que a função original do ego é simplesmente capacitar a alma a experienciar a si própria totalmente como uma entidade separada. Isto é um desenvolvimento natural e positivo dentro da evolução da alma. O ego não é “mau” em si mesmo. Entretanto, ele tende a ser expansivo ou agressivo. Quando a alma nova descobre sua capacidade de influenciar seu meio ambiente, ela se apaixona pelo ego. Bem no fundo, ainda existe uma dolorosa lembrança na alma, agora amadurecida, que lhe recorda o lar, que lhe recorda o paraíso perdido. O ego parece ter uma resposta para esta dor, para esta saudade. Parece que ele dá à alma a capacidade de controlar ativamente a realidade. Ele intoxica a alma ainda jovem com a ilusão do poder. 

Se alguma vez houve uma queda da graça ou uma queda do paraíso, isso aconteceu quando a jovem consciência da alma se encantou com as possibilidades do ego, com a promessa de poder. No entanto, o verdadeiro propósito do nascimento da consciência como alma individual é explorar, experimentar tudo o que há, tanto o paraíso como o inferno, tanto a inocência como o “pecado”. Portanto, a queda do paraíso não foi um “erro”. Não existe culpa ligada a isto, a menos que vocês assim acreditem. Ninguém os culpa, além de vocês mesmos. 

Quando a alma jovem amadurece, ela muda para uma forma “auto-centrada” de observar e experienciar as coisas. A ilusão do poder realça a separação entre as almas, em lugar de conectá-las. Por causa disso, a solidão e um sentido de alienação se estabelecem dentro da alma. Embora não seja realmente consciente disso, a alma torna-se uma lutadora, uma batalhadora pelo poder. O poder parece ser a única coisa que acalma a mente – por um tempo. 

Acima, nós distinguimos um terceiro estágio no desenvolvimento da consciência da alma: o estágio da iluminação, “segunda inocência” ou velhice. Teremos muito a dizer a respeito deste estágio e, principalmente, a respeito da transição da segunda para a terceira etapa, nas próximas mensagens desta série (especialmente em “Do ego ao coração”, partes III e IV). Agora, retornaremos à história das almas terrestres e esclareceremos como o despertar do estágio do ego se ajusta ao aparecimento do homem na Terra. 

A ENTRADA DAS ALMAS TERRESTRES NO ESTÁGIO DO EGO: A APARIÇÃO DO  HOMEM NA TERRA


A etapa na qual as almas terrestres exploraram a vida vegetal e animal coincidiu com o estágio da inocência ou paraíso, no nível interno. A vida floresceu na Terra, sob a orientação e proteção de seres espirituais dos reinos angélico e dévico (os devas trabalham no nível etérico, ou seja, mais próximo ao mundo físico do que os anjos). Os corpos etéricos das plantas e animais foram incondicionalmente receptivos às atenciosas e alimentadoras energias maternais dos reinos angélico e dévico. Eles não tinham a menor intenção de “se libertar” ou ir embora em busca do seu próprio modo de fazer as coisas. Ainda existia um grande sentido de unidade e harmonia entre todos os seres viventes.

Entretanto, o surgimento do homem-macaco marcou um ponto de transformação no desenvolvimento da consciência. Essencialmente, ao caminhar ereto e através do desenvolvimento do cérebro, a consciência que residia no homem-macaco obteve um maior domínio sobre o seu meio ambiente. A consciência, ao estar encarnada no antropóide, começou a experimentar como era ter mais controle sobre seu entorno direto. Começou a descobrir seu próprio poder, sua própria habilidade de influenciar seu meio ambiente. Começou a explorar o livre-arbítrio. 

Este desenvolvimento não foi acidental. Foi uma resposta a uma necessidade interior sentida pelas almas terrestres, uma necessidade de explorar a individualidade em níveis mais profundos que anteriormente. A crescente autoconsciência das almas terrestres preparou o palco para a aparição do homem em termos biológicos, o ser humano que conhecemos. 

Quando as almas terrestres ficaram prontas para entrar no estágio do ego, a criação do homem capacitou-as a experimentar uma forma de vida com livre-arbítrio. E também dotou as consciências encarnadas com uma percepção maior do “eu” como oposto ao “outro”. Com isso, estava preparado o palco para possíveis conflitos entre “o meu interesse” e “o seu interesse”, “o meu desejo” e “o seu desejo”. O indivíduo estava se desprendendo da unidade manifesta, da ordem natural de “dar e receber”, para descobrir quais outros caminhos estavam disponíveis. Isto marcou o “fim do paraíso” na Terra, mas pedimos que considerem isso, não como um evento trágico, mas como um processo natural (como as estações do ano). Foi uma mudança natural no rumo dos acontecimentos, que finalmente lhes permitiu (nestes dias e era) equilibrar a divindade e a individualidade dentro de seu ser. 

Quando a consciência da alma terrestre entrou no estágio do ego e começou a explorar “ser humano”, as influências dévica e angélica lentamente se retiraram para segundo plano. É próprio da natureza dessas forças, respeitar o livre-arbítrio de todas as energias que elas encontram. Elas nunca exercem sua influência, se não são convidadas a fazê-lo. Então, a consciência baseada no ego obteve um livre reinado e as almas terrestres passaram a conhecer todos os golpes e inconvenientes do poder. Isso também afetou o reino vegetal e animal. Pode-se dizer que a emergente energia de luta foi parcialmente absorvida por esses reinos não humanos, o que criou um certo distúrbio dentro deles. Isso ainda está presente hoje em dia. 

Quando as almas terrestres suplicaram por novas experiências, isto também as fez receptivas a novas influências externas. Aqui, queremos chamar a atenção especialmente para tipos de influência extraterrestre, galáctica, que afetaram enormemente as almas terrestres, as quais estavam amadurecendo, mas eram ainda jovens. Foi neste ponto de nossa história, que as almas que chamamos de Trabalhadores da Luz entraram em cena. 

INFLUÊNCIAS GALÁCTICAS SOBRE O HOMEM E A TERRA

Por influências galácticas ou extraterrestres, queremos dizer influências de energias coletivas associadas a certos sistemas estelares, estrelas ou planetas. No universo, existem muitos níveis ou dimensões de existência. Um planeta ou estrela pode existir em várias dimensões, que variam de dimensões materiais até as mais etéreas. Em geral, as comunidades galácticas que influenciaram as almas terrestres existiram em uma realidade menos “densa” ou material do que aquela na qual vocês existem na Terra. 

Os reinos galácticos eram habitados por almas amadurecidas, que nasceram muito antes que as almas terrestres, e que estavam no começo do seu estágio do ego. Quando a Terra tornou-se habitada por toda forma de vida, e finalmente pelo homem, os reinos extraterrestres observaram este desenvolvimento com grande interesse. A diversidade e abundância de formas de vida chamaram sua atenção. Sentiram que algo especial estava acontecendo aqui. 

Havia muito tempo que estavam ocorrendo muitas lutas e batalhas entre as diferentes comunidades galácticas. Num certo sentido, isso era um fenômeno natural, já que a consciência das almas envolvia a necessidade de batalha para descobrir tudo a respeito do “centramento no eu” e do poder. Elas estavam explorando os trabalhos do ego e, à medida que “progrediam”, tornavam-se versadas na manipulação da consciência. Elas se tornaram peritas em subordinar outras almas ou comunidades de almas às suas regras, por meio de ferramentas psíquicas sutis e não tão sutis. 

O interesse que as comunidades galácticas tinham na Terra era principalmente egocêntrico. Viram aí uma oportunidade para exercer sua influência de formas novas e poderosas. Pode-se dizer que, naquele momento, as batalhas intergalácticas tinham alcançado um ponto morto. Quando se luta um contra o outro várias e várias vezes, após certo tempo acaba-se alcançando um equilíbrio, uma divisão de zonas de poder, por assim dizer. Um conhece o outro tão bem, que ambos sabem quando há espaço para agir e quando não há. Foi assim que a situação chegou num impasse e os inimigos galácticos passaram a ter esperanças de novas oportunidades na Terra. Pensavam que a Terra poderia lhes proporcionar o cenário para renovar a batalha e superar o impasse.

O modo como as comunidades galácticas procuraram exercer sua influência sobre a Terra foi por através da manipulação da consciência das almas terrestres. As almas terrestres ficaram particularmente receptivas à sua influência quando entraram na etapa do ego. Antes disso, elas eram imunes a qualquer força externa motivada pelo poder, porque elas próprias não tinham nenhuma inclinação a exercer o poder. Vocês são imunes à agressão e ao poder, quando dentro de vocês não existe nada a que estas energias possam agarrar-se. Portanto, as energias galácticas não puderam acessar a consciência das almas terrestres, antes que estas almas decidissem elas mesmas explorar a energia do poder. 

A transição para o estágio do ego tornou as almas terrestres vulneráveis porque, além da sua intenção de explorar a consciência do ego, elas ainda eram muito inocentes e ingênuas. Portanto, não foi difícil para os poderes galácticos impor suas energias à consciência das almas terrestres. O modo como eles agiram foi através da manipulação da consciência ou controle mental. 

Suas tecnologias eram muito sofisticadas. Eles tinham principalmente ferramentas psíquicas, não muito diferentes da lavagem cerebral através da sugestão hipnótica subconsciente. Trabalhavam nos níveis psíquico e astral, mas influenciavam o homem até o nível material/físico do corpo. Eles influenciavam o desenvolvimento do cérebro humano, limitando a quantidade de experiências disponíveis para os seres humanos. Essencialmente, eles estimulavam padrões de pensamento e emoções baseados no medo. O medo já estava presente na consciência das almas terrestres como resultado da dor e saudade que toda alma jovem traz dentro de si. Os poderes galácticos tomaram este medo existente como seu ponto de partida para ampliar enormemente a energia de medo e subserviência nas mentes e emoções das almas terrestres. Isto lhes permitiu controlar a consciência humana. 

Em seguida, os guerreiros galácticos tentaram lutar contra seus antigos inimigos galácticos, por meio do ser humano. A luta pelo poder sobre a humanidade foi uma luta entre velhos inimigos galácticos que utilizaram seres humanos como seus testas-de-ferro. 

O tenro sentido de individualidade e autonomia das almas da Terra foi cortado em seus primórdios por esta violenta intervenção, esta guerra pelo coração da humanidade. 

Entretanto, os interventores galácticos não puderam verdadeiramente privar as almas da Terra de sua liberdade. Por mais massiva que tenha sido a influência extraterrestre, a essência divina dentro de cada consciência de alma individual manteve-se indestrutível. A alma não pode ser destruída, embora sua natureza livre e divina possa ficar velada por um longo tempo. Isto está relacionado com o fato de que o poder, no fim das contas, não é real. O poder sempre alcança seu objetivo através das ilusões do medo e da ignorância. Ele pode somente esconder e velar as coisas; não pode verdadeiramente criar ou destruir nada.
Além do mais, este verdadeiro ataque às almas terrestres não trouxe apenas escuridão à Terra. Sem a menor intenção, ele iniciou uma profunda mudança na consciência dos guerreiros galácticos, uma virada em direção ao próximo estágio de consciência: iluminação ou “segunda inocência”.

RAÍZES GALÁCTICAS DAS ALMAS TRABALHADORAS DA LUZ

Como a noção de almas Trabalhadoras da Luz se relaciona com esta história?
As almas Trabalhadoras da Luz, como vocês as chamam, são almas que estão profundamente conectadas com o sistema estelar das Plêiades. As Plêiades são um grupo de estrelas, das quais sete podem ser vistas da Terra a olho nu. 
Antes de encarnarem na Terra em corpos humanos, as almas Trabalhadoras da Luz habitaram este sistema de estrelas por um longo tempo. Em relação ao desenvolvimento da consciência em três etapas, elas passaram uma grande parte da sua maturidade ali. Foi nesse estágio que elas exploraram a consciência baseada no ego e todas as questões de poder relacionadas a ela. Este foi o estágio em que elas exploraram a escuridão e no qual abusaram muito do seu poder. 

Os pleiadianos, naquele tempo, foram co-criadores do ser humano, do modo como ele se desenvolveu. Da mesma forma que outras forças galácticas, os pleiadianos tinham a intenção de usar o homem como um marionete para dominar outras partes do Universo. Implantaram um tipo de radar energético no ser humano, que os proveria de informação (a respeito de seus inimigos). 

É difícil explicar as técnicas que os poderes galácticos usavam em suas batalhas, porque não existe nada no seu mundo que se compare a elas, pelo menos não ao ponto em que elas foram aperfeiçoadas. Essencialmente, a tecnologia de guerra galáctica baseava-se numa ciência de energia não materialista. Eles conheciam o poder da psique e sabiam que a consciência cria a realidade física. A metafísica deles era mais adequada do que a visão materialista adotada por seus cientistas de hoje. Como a sua ciência concebe a consciência como um resultado dos processos materiais, ao invés do contrário, ela não pode se aprofundar nos poderes criativo e causal da mente. 
Na era do Cro-Magnon, os pleiadianos interferiram no desenvolvimento natural do homem em um nível genético. Essa interferência genética deveria ser concebida como o auge do processo de manipulação: eles imprimiam o cérebro/consciência humano com determinadas formas de pensamentos que afetavam a camada física, celular do organismo. O efeito dessas impressões mentais era que um elemento robótico, mecânico, era instalado no cérebro humano, o que tirava parte da força natural e da auto-consciência do ser humano. Era um implante artificial que tornava o homem mais adequado como instrumento para as metas estratégicas dos pleiadianos. 

Ao interferirem deste modo no desenvolvimento da vida na Terra, os pleiadianos violaram o curso natural das coisas. Eles não respeitaram a integridade das almas terrestres, que habitavam as espécies humanas  em evolução. De certo modo, eles roubaram delas o seu (recém-adquirido) livre-arbítrio. 

Em certo sentido, ninguém pode roubar o livre-arbítrio das almas, como indicamos acima. Entretanto, em termos práticos, devido à superioridade dos pleiadianos em todos os níveis, as almas terrestres perderam grande parte do seu sentido de auto-determinação. Os pleiadianos viam os seres humanos essencialmente como ferramentas, como coisas que os ajudavam a alcançar suas metas. Naquele estágio, eles não estavam preparados para respeitar a vida como valiosa em si mesma. Eles não reconheciam no “outro” (seus inimigos ou seus escravos) uma alma vivente igual a eles mesmos. 

Porém, não há nenhuma intenção de se fazer um julgamento disto, já que tudo é parte do grande e profundo desenvolvimento da consciência. Eu mesmo, Jeshua, fiz parte desta história. Eu mesmo passei pelos extremos da dualidade, praticando atos de maldade, assim como atos de luz. No nível mais profundo, não existe culpa, somente livre escolha. Não existem vítimas, nem agressores; em última análise, existe apenas experiência. 
Mais tarde, vocês, as almas Trabalhadoras da Luz que uma vez empregaram estes métodos escuros de opressão, julgaram a si mesmos muito severamente por seus atos. Mesmo agora, vocês ainda carregam consigo um profundo sentimento de culpa, do qual são parcialmente conscientes como uma sensação de não serem suficientemente bons (em qualquer coisa que façam). Esse sentimento origina-se de um mal-entendido. 
É importante compreender que “Trabalhador da Luz” não é algo que você simplesmente é ou não é. É algo que você se torna, quando atravessa todo o caminho da experiência; experimentando luz e escuridão; sendo luz e escuridão. Se tivéssemos que lhes dar um nome, nós os chamaríamos de Almas Crísticas, em lugar de Trabalhadores da Luz. 
Alguma vez vocês já tiveram a experiência de cometer um erro grave, que acabou mudando as coisas de uma forma positiva e inesperada? Algo semelhante aconteceu como resultado da interferência galáctica na Terra e na humanidade. No processo de imprimir suas energias nas almas da Terra, as forças galácticas, na realidade, criaram uma grande fusão de influências na Terra. Pode-se dizer que os elementos combativos dentro das diferentes “almas galácticas” foram implantados na humanidade como uma competição, forçando, deste modo, os seres humanos a encontrarem um modo de uni-las ou de levá-las a uma coexistência pacífica. Embora isto tenha complicado bastante a jornada das almas terrestres, acabou criando a melhor oportunidade para uma abertura de caminho positiva, uma saída da situação de impasse a que tinham chegado os conflitos galácticos. 
Lembrem-se que todas as coisas estão interconectadas. Há um nível no qual as almas terrestres e as almas galácticas são/foram guiadas pelo mesmo propósito. Esse é o nível angélico. Toda alma é um anjo no seu âmago (falaremos disto no capítulo 10 desta série – “Seu Ser de Luz”). No nível angélico, tanto os guerreiros galácticos quanto as almas terrestres consentiram em fazer parte do drama cósmico esboçado acima. 
A interferência galáctica não só “ajudou” a Terra a ser o crisol de fusão que ela deveria ser (no nível angélico), mas também marcou o começo de um novo tipo de consciência dos guerreiros galácticos. De uma forma imprevista, isto marcou o final da etapa do ego, o final da maturidade para eles e o começo de algo novo.

O FINAL DO ESTÁGIO DO EGO PARA OS TRABALHADORES DA LUZ

As guerras intergalácticas tinham chegado num beco sem saída, antes de a Terra entrar em cena. Quando a batalha recomeçou na Terra, na verdade ela se deslocou para a Terra. Com esta transposição, algo começou a mudar dentro da consciência galáctica. O tempo das guerras galácticas terminou. 

Embora as almas galácticas tenham continuado ativamente envolvidas com a humanidade e com a Terra, elas lentamente se retiraram para o papel de observador. Neste papel, elas começaram a se conscientizar de um tipo particular de cansaço em seu interior. Elas sentiam um vazio interno. Embora a luta e a batalha continuassem, isto não as fascinava mais como antes. E então começaram a se fazer perguntas filosóficas, tais como: qual é o significado de minha vida? Por que estou lutando o tempo todo? O poder realmente me faz feliz? À medida em que se faziam estas perguntas, intensificava-se seu aborrecimento com guerra. 

Os guerreiros galácticos estavam gradualmente alcançando o final do seu estágio do ego. Inconscientemente, eles haviam transferido a energia do ego e a luta pelo poder para a Terra, um lugar que estava energeticamente aberto para essa energia. As almas humanas estavam, naquele momento, começando a explorar o estágio de consciência baseado no ego. 

Na consciência dos guerreiros galácticos criou-se um certo espaço: o espaço para a dúvida, o espaço para a reflexão. Eles entraram numa fase de transformação, que descreveremos distinguindo os seguintes passos:
1.
Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.
2.
Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3.
Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.
Estes quatro passos marcam a transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração. Por favor, lembrem-se que tanto a Terra e a humanidade quanto os reinos galácticos passam por esses estágios, só que não simultaneamente. 

O planeta Terra agora está passando pelo estágio 3. Muitos de vocês, Trabalhadores da Luz, também estão passando pelo estágio 3, em sintonia com o processo interno da Terra. Alguns de vocês ainda estão lutando com o estágio 2 e alguns chegaram ao estágio 4, desfrutando das delícias da alegria genuína e da inspiração. 

Entretanto, grande parte da humanidade não deseja abandonar a consciência baseada no ego, de jeito nenhum. Eles ainda não entraram na etapa 1 da fase de transição. Isto não é algo para se julgar nem se criticar ou pelo qual se afligir. Tentem ver isto como um processo natural, como o crescimento de uma planta. Vocês não julgam uma flor por ser um botão em vez de estar completamente florescida. Tentem ver isto sob esta ótica. Fazer julgamentos morais sobre os efeitos destrutivos da consciência baseada no ego em seu mundo fundamenta-se na falta de percepção das dinâmicas espirituais. Além disso, debilita a sua própria força, já que a irritação e a frustração que vocês sentem às vezes ao ouvirem as notícias ou lerem seus jornais não podem ser transformadas em algo construtivo. Isso apenas os esgota e baixa seu nível de vibração. Tentem ver as coisas de um ponto de vista mais distante, com uma atitude de confiança. Tentem perceber intuitivamente as correntes ocultas na consciência coletiva, as coisas que vocês raramente lêem ou escutam nos seus meios de comunicação.

Não tem sentido tentar modificar as almas que ainda estão presas à realidade da consciência baseada no ego. Elas não querem a sua “ajuda”, pois ainda não estão abertas às energias baseadas no coração, que vocês – Trabalhadores da Luz – desejam compartilhar com elas. Embora elas pareçam necessitar da sua ajuda, enquanto elas não a quiserem, elas não a necessitam. É muito simples.
Os Trabalhadores da Luz gostam muito de dar e ajudar, mas freqüentemente perdem seu poder de discernimento nessa área. Isto leva a um perda de energia e pode resultar em auto-desconfiança e frustração por parte dos Trabalhadores da Luz. Por favor, usem seu poder de discernimento aqui, pois o desejo de ajudar pode tragicamente se transformar numa armadilha para os Trabalhadores da Luz, que os impede de completar realmente o passo 3 da transição. (Discutiremos a noção de “ajudar” mais adiante, em “Do Ego ao Coração IV” e “Armadilhas no caminho de tornar-se um curador”). 

Agora terminaremos nossa descrição dos Trabalhadores da Luz no final do seu estágio do ego. Como dissemos, naquele tempo vocês pertenciam ao sistema estelar das Plêiades e vocês, como outros impérios galácticos, interferiram na humanidade quando o ser humano moderno tomava forma. Quando passaram a desempenhar cada vez mais o papel de observadores, vocês cansaram de lutar.
O poder que vocês buscaram por tanto tempo resultou num tipo de dominação que aniquilava as qualidades únicas e individuais daquilo que vocês dominavam. Portanto, nada de novo podia entrar na sua realidade. Vocês matavam tudo o que era “outro”. Esta forma de proceder fez com que, depois de um tempo, sua realidade se tornasse estática e previsível. Quando vocês se conscientizaram do vazio existente na luta pelo poder, sua consciência se abriu para novas possibilidades. Surgiu um desejo por “algo mais”. 

Vocês tinham completado o passo 1 da transição para a consciência baseada no coração. As energias do ego, que tinham reinado livremente por éons, assentaram-se e abriram um espaço para “algo mais”. Em seus corações, brotou uma nova energia, como uma tenra flor. Uma voz sutil e tranqüila começou a falar-lhes do “lar”, um lugar que vocês uma vez conheceram, mas cujo rastro vocês tinham perdido ao longo de seu caminho. Internamente, vocês sentiram saudades de casa.
Exatamente como as almas terrestres, vocês experimentaram o estado oceânico de unidade, do qual cada alma nasce. E gradualmente evoluíram, a partir desse oceano, para unidades individuais de consciência. Como essas “pequenas almas”, vocês se deleitaram com a exploração, enquanto, ao mesmo tempo, carregavam dentro de si a dolorosa lembrança de um paraíso que vocês tiveram que deixar para trás. 

Quando, mais tarde, vocês entraram no estágio da consciência baseada no ego, esta dor ainda continuou dentro de vocês. Essencialmente, o que vocês tentaram fazer foi preencher esse vazio em seu coração com o poder. Procuraram preencher a si mesmos, jogando o jogo de lutar e conquistar. 

O poder é a energia que mais se opõe à unidade. Ao exercerem poder, vocês isolam-se do “outro”. Ao lutarem pelo poder, vocês distanciam-se mais ainda do lar (a consciência da unidade). O fato de o poder afastá-los do lar, ao invés de aproximá-los, foi ocultado de vocês por muito tempo, já que o poder está fortemente ligado à ilusão. O poder pode facilmente ocultar sua verdadeira face de uma alma ingênua e inexperiente. O poder cria a ilusão de abundância, de realização, de reconhecimento e até mesmo de amor. O estágio do ego é uma exploração sem restrições da área do poder, isto é, de ganhar, perder, lutar, dominar, manipular, de ser o agressor e ser a vítima. 

No nível interno, a alma se dilacera durante esta etapa. O estágio do ego está vinculado a um ataque à integridade da alma. Por integridade, queremos dizer a unidade natural e a totalidade da alma. Ao passar para a consciência baseada no ego, a alma entra num estado de esquizofrenia. Ela perde a sua inocência. Por um lado, ela batalha e conquista, por outro, ela percebe que é errado causar danos ou destruir outros seres vivos. Não é tão errado, de acordo com algumas leis ou julgamentos objetivos, mas a alma percebe, subconscientemente, que está fazendo algo que se opõe à sua própria natureza divina. Criar e dar vida fazem parte da natureza da sua própria essência divina. Quando a alma age a partir de um desejo de poder pessoal, bem no fundo de si surge um sentimento de culpa. Aqui também não há julgamento externo sobre a alma que se diz culpada. A própria alma percebe que está perdendo sua inocência e pureza. Enquanto por fora ela persegue o poder, um sentimento crescente de indignidade vai comendo-a por dentro. 

O estágio da consciência baseada no ego é uma etapa natural na jornada da alma. Na realidade, ela envolve a exploração completa de um dos aspectos de ser da alma: a vontade. Sua vontade constitui a ponte entre o mundo interno e o mundo externo. A vontade é essa parte de vocês que focaliza a energia da sua alma no mundo material. A vontade pode ser inspirada pelo desejo de poder ou pelo desejo de unidade. Isto depende do estado da sua percepção interior. Quando uma alma chega no final do estágio do ego, a vontade se torna, cada vez mais, uma extensão do coração. O ego ou a vontade pessoal não são destruídos, mas fluem de acordo com a sabedoria e a inspiração do coração. Neste ponto, o ego aceita o coração como seu guia espiritual. A integridade natural da alma se restabelece. 

Quando vocês, as almas Trabalhadoras da Luz das Plêiades, chegaram no passo 2 da transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração, sentiram o desejo sincero de corrigir o que tinham feito de mal na Terra. Compreenderam que tinham maltratado os seres humanos viventes sobre a Terra e que tinham dificultado a livre expressão e desenvolvimento das almas terrenas. Vocês perceberam que tinham violado a própria VIDA, ao tentarem manipulá-la e controlá-la de acordo com as suas necessidades. Quiseram, então, libertar o homem dos grilhões do medo e da limitação, que haviam trazido muita escuridão às suas vidas, e sentiram que a melhor forma de poderem realizar isto seria encarnando, vocês mesmos, em corpos humanos. Assim, vocês encarnaram em corpos humanos, cuja composição genética foi parcialmente criada por vocês mesmos, com o objetivo de transformar suas criações a partir de dentro. 

As almas que foram à Terra com esta missão tinham a intenção de difundir a Luz dentro de suas próprias criações (manipuladas). Por isso elas são chamadas de “Trabalhadores da luz”. Vocês tomaram a decisão de fazer isto – e de se enredarem numa série de vidas terrestres – a partir de um novo sentido de responsabilidade e também pelo sincero impulso de tomar esta carga cármica sobre si mesmos, e desse modo serem capazes de liberar completamente o passado. 

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa. 

A ENCARNAÇÃO DOS TRABALHADORES DA LUZ NA TERRA

Quando vocês encarnaram na Terra, vocês tinham acabado de começar a transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração. Nós resumimos esta transição em quatro passos. Vocês deram o primeiro passo quando se conscientizaram do seu desejo por “algo mais”, algo diferente da luta pelo poder que antes preenchia suas vidas.

Essa luta supriu as suas vidas com propósito e significado por um período considerável de tempo. A fascinação pelo poder levou-os a usar o homem como uma marionete em suas batalhas galácticas. Todos os impérios galácticos fizeram parte disto. Mas quando as “energias guerreiras” foram transportadas para a Terra, com o homem como seu campo de ação, vocês voltaram-se mais para a posição de observadores e deixaram de participar diretamente das batalhas. Vocês observavam o que acontecia na Terra. Viram o ser humano desenvolver-se para um estado de ser que vocês tinham alcançado há muito tempo atrás. Vocês tinham se tornado guerreiros sofisticados, com métodos refinados de manipulação psíquica e de operações militares. O homem também chegaria a isso, com seus implantes genéticos nele colocados. 

Esses implantes genéticos provocaram um elevado nível de desenvolvimento mental no ser humano. As funções próprias do instinto natural e do sentimento foram mais ou menos suprimidas em favor das funções do pensamento e do raciocínio. 

Mencionamos que as influências galácticas provocaram um elevado nível de medo no ser humano em desenvolvimento. Na realidade, este elemento de medo esteve intimamente ligado à ênfase exagerada no pensar. Numa situação equilibrada, o medo é superado ou posto na perspectiva correta por suas habilidades intuitivas naturais e por sua capacidade de sentir o que é certo ou apropriado fazer. Entretanto, quando a faculdade do pensamento toma a frente, o medo tende a ser reforçado, já que o pensamento se baseia num processo mecânico lógico que não permite a participação da intuição ou do sentimento. Quando a faculdade mental é alimentada por emoções de medo, ela tende a se descontrolar e produzir idéias ilusórias, idéias relacionadas a controlar tudo e todos. Os regimes ditatoriais são um exemplo desta faculdade mental descontrolada.

A resposta ao medo nunca é pensar mais. É pensar menos e confiar no fluxo da vida. É retornar ao estado de graça que é seu direito de nascimento. É liberar ao invés de se agarrar. 

Quando o estágio do domínio do ego acabou para as almas dos Trabalhadores da Luz, eles se abriram para um novo modo de ser. Vocês intuitivamente buscaram a energia do coração. Vocês estavam realmente procurando uma espécie de criatividade que transcendesse o mero jogo do poder. Sentiam que a luta pelo poder era destrutiva e que não podia criar nada novo, já que matava e assimilava tudo o que fosse “outro”. 

Ao tentarem controlar e dominar a vida, tanto dentro quanto fora de vocês, na verdade vocês tentam fazer com que a realidade seja estática e previsível. Em última análise, o poder é incrivelmente maçante. 

Quando vocês se conscientizaram disso, perceberam que seu verdadeiro desejo não era ter poder, mas ser verdadeiramente criativos. Ser verdadeiramente criativo é estar em contato com a sua própria divindade. 

Como vocês são seres divinos, com o que quer que vocês façam ou deixem de fazer vocês, estão sempre criando algum tipo de realidade. A criatividade é sua própria natureza. Na fase do ego, vocês exploraram a possibilidade de negar sua verdadeira natureza. Por certo, isto é  um ato criativo, em algum nível, de um modo distorcido. Entretanto, ser verdadeiramente criativo é criar de acordo com a vida, não de acordo com a morte. 

Quando vocês chegaram a esta compreensão, a lembrança do “lar” despertou. A vaga lembrança de um estado de pura e ditosa unidade entrou em sua consciência novamente e vocês souberam que, de algum modo, esta era a chave para sua felicidade. Mas vocês se sentiram desamparados e ignorantes, já que não tinham idéia de como chegar a isso. Sabiam que o ego não tinha a resposta, mas ainda não haviam realmente entrado no reino da consciência baseada no coração. 

Ao mesmo tempo, surgiu dentro de vocês um sentimento crescente de remorso e culpa pelo que tinham feito aos seres humanos da Terra. Especialmente na Terra, havia esplêndidas oportunidades para que a consciência se expressasse livremente de muitas formas diferentes. A Terra era destinada a ser um unificador de energias diferentes, um crisol no qual energias diferentes e inclusive opostas pudessem alcançar um modo de coexistir em harmonia. O campo energético da Terra foi criado para alojar um conjunto muito heterogêneo de energias. 

A diferença entre viver na Terra e viver em outros lugares no “universo” – seja nos níveis físico ou astral – é a enorme variedade de energias presentes na Terra. Além disso, esta variedade não está presente apenas como uma vasta multiplicidade de formas de vida ou espécies – na verdade,  ela está presente dentro de um único ser, o ser humano. O ser humano é capaz de conter um espectro de energias mais amplo do que qualquer outro ser é capaz. Vocês têm dentro de si a energia do assassino e a do santo, a energia da criança, do adulto e do ancião, a energia masculina e a feminina, a energia ativa e a passiva, a racional e a emocional, a energia da água, do ar, do fogo e da terra, etc.. Isto pode parecer banal ou simplesmente natural para vocês, como seres humanos, mas para qualquer outro ser no universo, é uma grande façanha. O simples fato de ser um humano é uma grande façanha, mesmo sem ter feito nada em especial. 

Mas a qualidade mais específica do homem é a habilidade de fundir energias que antes pareciam incompatíveis. O homem foi projetado, não só para abrigar todas estas diferentes energias, mas também para ser um mediador, um construtor de pontes entre elas. 

A razão de Deus, o Espírito ou Tudo o Que É, ter criado o conceito de ser humano, foi que o universo estava enfermo, num estado de estagnação. Ao explorar a vida “fora da unidade”, a consciência tendia a experimentar diferentes formas de vida, em diferentes planetas e lugares no universo. Quando uma alma tinha experimentado tudo o que havia para experimentar numa determinada forma de vida, ela ia embora – no sentido de não encarnar mais ali – e seguia adiante, para encarnar em outras formas de vida que respondessem às suas necessidades particulares. Não havia necessidade de transformar energia, enquanto se vivia em uma determinada forma de vida. Quando se desejava uma mudança, trocava-se o corpo. Não porque as almas fossem preguiçosas ou frívolas, mas porque a maioria dos corpos – variando em densidade do físico ao astral – ofereciam possibilidades limitadas de experiência e, portanto, oportunidades limitadas para se crescer ou se transformar enquanto se estava no corpo. O corpo não podia sustentar tantas energias diferentes. Por exemplo, se você vivesse num planeta de água, onde encarnasse como um ser aquático, isto lhe capacitaria a experimentar a natureza da água de todos os modos possíveis. A “sensação” de ser líquido, não rígido, fluido, móvel é, na verdade, maravilhosa. Mas quando você quisesse experimentar ser fixo e imóvel você tinha que deixar esse corpo e ir viver dentro de uma montanha por um tempo. Inclusive, se você vivesse como um ser galáctico em busca de poder, você não poderia realmente mudar a sua consciência dentro daquele corpo. 

A conseqüência destas possibilidades limitadas ou especializadas de experiência dentro de um determinado corpo foi que o mundo de formas de vida criadas ficou emperrado. Ele não podia crescer ou expandir-se, e ficou como que preso em estagnação. 

O ser humano foi projetado para abarcar uma imensa variedade de energias. Ele não foi feito para se especializar. Na verdade, a divisão entre os sexos trouxe consigo um pouco de especialização, mas as energias masculinas e femininas já estavam tão segregadas e desequilibradas naquela época, que foi muito complicado mantê-las em doses iguais dentro de um corpo. Se elas tivessem sido colocadas dentro de um ser, com igual intensidade e nos seus estados desequilibrados, vocês teriam sucumbido. 

O poder único do ser humano é o de sustentar uma ampla variedade de energias e levá-las a um estado de equilíbrio criativo (não estático). Na verdade, este poder é igual à habilidade de transformar escuridão em luz, isto é, o poder da alquimia espiritual. Aquilo que leva as energias antes opostas a um estado de harmonia dinâmica é a energia crística, a energia que mantém a unidade a despeito da dualidade. Esta é a mesma energia que transforma a escuridão, aceitando-a e, deste modo, permitindo que o medo se transforme  em alegria. A energia crística é a “terceira energia”, a que une através da aceitação. Sua força alquímica está na sua qualidade de ser totalmente abrangente totalmente acolhedora e corajosa. 

Vocês, como seres humanos, são os únicos seres que têm esta habilidade para a alquimia espiritual. Nem as plantas, nem os animais, nem os anjos, nem os “senhores da escuridão” têm este poder. Todas as almas podem experimentar como é ser luz, como é ser escuridão, como é ser todos os diferentes seres que vivem no universo, mas não podem experimentar como é transformar escuridão em luz, enquanto permanecem em sua forma de vida presente. Elas não podem imaginar como é mudar em níveis internos, de tal forma que se crie uma realidade diferente (física ou espiritual) para si mesmo enquanto se segue adiante. 

As almas, que estão encarnadas em outras formas de vida diferentes da humana, também “criam sua realidade” e têm livre-arbítrio, mas têm menos possibilidades de abranger estados de consciência tão diferentes e inclusive opostos, enquanto permanecem no mesmo corpo, na mesma forma (humana). Vocês, como humanos, são construtores de pontes – ou alquimistas espirituais – e isto é o que os torna únicos – a Terra e o ser humano. 

Agora voltaremos à nossa história sobre as almas dos Trabalhadores da Luz que se sentiram angustiadas e arrependidas por causa de sua interferência na vida dos seres humanos. Elas perceberam que estava se estabelecendo, sobre a Terra, um jogo totalmente novo, um jogo cheio de promessas, que elas fizeram o máximo para sufocar em seu próprio benefício. E sentiram dor por causa disso. Em algum nível, elas também perceberam que haviam bloqueado seu próprio caminho espiritual para a luz e para a verdadeira alegria, por causa de seus atos de egoísmo. Inclusive, quando elas despertaram do seu sono de ego, viram que a Terra era um lugar lindo, um planeta verde, abundante de vida. 

Muitos de vocês, Trabalhadores da Luz, sentem-se conectados com a cultura ou o território da Lemúria, ou Mu, como nós preferimos chamá-lo. Mu é na verdade um “paraíso submerso”. Pertenceu a uma era que não pode realmente ser localizada na sua linha de tempo atual. Pertenceu a uma dimensão ou linha de tempo diferente. A Terra ainda não tinha perdido sua inocência. Naquela dimensão, vocês fizeram parte dos tempos paradisíacos sobre a Terra, como seres angélicos que acalentavam e cuidavam da vida. Como exporemos mais adiante, vocês são seres multidimensionais, habitando diferentes planos de realidade ao mesmo tempo. A idéia de tempo não é tão fixa e linear como vocês pensam. Quando vocês expressaram o seu lado escuro como guerreiros galácticos, vocês também – em outra linha de tempo – expressaram um aspecto luminoso e puro de si mesmos, em Mu, onde prepararam o planeta para a chegada das almas terrestres. Contribuíram para o florescimento do planeta verde e, em algum nível, vocês sabiam disto quando saíram de seu estágio “guerreiro” de consciência. Sabiam que estiveram destruindo aquilo que tinham ajudado a criar. 

Quando se deram conta da promessa e da beleza da Terra, sentiram a urgência interior de descer até lá e reparar o que havia sido danificado. Vocês encarnaram em corpos humanos com a intenção de trazer luz e criar valores baseados no coração, em um meio ambiente que estava essencialmente dominado por valores egoístas. Queremos nos estender um pouco nesta questão de  trazer luz, pois há algo aí que freqüentemente lhes causa confusão e mal-entendidos. 

Quando vocês, Trabalhadores da Luz, encarnaram na Terra, na realidade começaram um processo de transformação interior, no qual vocês completariam sua transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração. Vocês estavam no caminho de liberar completamente a consciência baseada no ego, e a vida na Terra lhes proporcionou a oportunidade de lidar com o que ainda restava da energia baseada no ego dentro de vocês. As energias que vocês desejavam limpar seriam encontradas nos próprios seres que vocês tinham manipulado e em quem agora habitariam: dentro do ser humano, dentro de vocês mesmos. 

O motivo mais profundo para a sua vinda à Terra era chegar a um acordo com a sua escuridão interna, e vocês concordaram em se encontrar com esta escuridão dentro de vocês mesmos como seres humanos. Embora freqüentemente pensem que estão aqui para ajudar os outros ou para ajudar a mãe Terra, a razão mais fundamental de estarem aqui é curar a si mesmos. Este é o seu verdadeiro trabalho com a luz. Tudo o mais é secundário. 

No nível mais profundo, suas almas desejavam responsabilizar-se pela escuridão que tinham difundido. Entretanto, responsabilizar-se por seu lado escuro é principalmente uma aventura solitária. Não envolve outros que vocês devem ajudar ou curar. Envolve apenas vocês mesmos. Vocês ajudarão outros durante o processo, mas isto é um efeito secundário. É importante perceber a ordem correta das coisas aqui, uma vez que – como vocês sabem – vocês têm a tendência de serem muito diligentes em ajudar os outros. Este entusiasmo para ajudar os outros muitas vezes torna-se uma armadilha, pois suas energias ficam enredadas com a outra pessoa e, muito freqüentemente, depois vocês se sentem esgotados e desiludidos. Por favor, lembrem-se que dar mais do que se recebe não é nobre nem baseado no coração, é simplesmente um engano. O engano é acreditar que, em parte, vocês são responsáveis pela situação ou estado mental de alguma outra pessoa. Isto não é verdade. Cada um é responsável por sua própria felicidade ou desgraça. E isto, na verdade, é uma bênção, pois proporciona a cada um o poder de criar e, deste modo, modificar sua própria realidade. 

Vocês não estão aqui para “consertar” as outras pessoas ou a mãe Terra. Estão aqui para  curar as feridas profundas dentro do seu próprio ser. Por favor, atendam a esta tarefa e tudo o mais se encaixará em seu devido lugar sem nenhum esforço da sua parte. 

Quando chegaram à Terra e encarnaram em corpos humanos, vocês tiveram a tendência a combater as energias que desejavam superar. Nesse estágio, vocês estavam numa situação paradoxal. Por um lado, sabiam que queriam “algo mais” além do poder e odiavam a si mesmos pelo que tinham feito de errado anteriormente. Mas não estavam livres daquilo que odiavam em si mesmos. Vocês ainda não estavam livres do domínio do ego. Quando chegaram à Terra, vocês tiveram a tendência de se aborrecer com a escuridão, de se zangar por causa dela, e a sua reação foi combatê-la. O paradoxo é que vocês queriam combater as energias egoístas através da luta, a própria energia que vocês desejavam abandonar.

Até então vocês não estavam conscientes das verdadeiras implicações da consciência baseada no coração. Quando vocês observam a partir do coração, não existe batalha entre o Bem e o Mal. A realidade do coração transcende ambos. O coração não se opõe à escuridão. A consciência baseada no coração está fundamentada na aceitação de tudo, de todas as coisas que existem. É um tipo de consciência que libera a idéia de que a luta resolve qualquer coisa. 
Embora ansiassem por um modo pacífico, não combativo, de lidar com a realidade, vocês não tinham a experiência de realmente viver de acordo com este ideal. Vocês se encontravam numa “zona intermediária”, uma terra de ninguém, antes de entrarem em um novo reino de consciência. 

Então, começaram a cometer todo tipo de “enganos”, no sentido de retornarem a modos de ser que vocês queriam abandonar. Ficavam ansiosos para mudar ou converter qualquer pessoa ou grupo que apresentasse um comportamento próprio do ego ou que adotasse valores baseados no ego. Entretanto, eles reagiam agressivamente a vocês, muitas vezes sem sequer entender o que vocês estavam tentando lhes transmitir. Os Trabalhadores da Luz foram perseguidos por séculos, como bruxos, pagãos ou agitadores (políticos). Pareciam dirigidos por ideais para os quais o mundo não estava preparado. Pareciam diferentes e não se enquadravam. Eles realmente encontraram muita resistência. 

O que aconteceu aqui foi que vocês mudaram para o papel de vítima, depois de terem desempenhado o papel de agressores por bastante tempo nos reinos galácticos. Sua “ira espiritual” evocou reações agressivas no seu ambiente, e vocês tornaram-se as vítimas, experimentando humilhação, profunda dor e desautorização. O trauma de ser rejeitado e/ou expulso repetidas vezes, em várias vidas, deixou cicatrizes em suas almas. Acabaram sentindo-se desautorizados e indesejados. Muitos de vocês, nesta vida, sentem-se cansados e com saudades de um mundo mais amoroso e significativo. 
É muito importante que vocês percebam que o papel de vítima é apenas isso: um papel que vocês desempenham. É uma interpretação possível dos fatos, mas é uma interpretação limitada e distorcida. Vocês nem são vítimas nem algozes. Vocês são a consciência da alma que criou papéis para vocês mesmos exercerem por um tempo. Não são realmente as vítimas de um mundo de mentalidade materialista e egoísta.
 De fato, os encontros que vocês tiveram com energias agressivas, não cooperativas, em muitas de suas vidas, simplesmente refletiram seus próprios laços com a consciência baseada no ego, sua própria dependência dela. Se procurarem resultados através da luta, receberão de volta a energia da luta. Isto é/ foi a sua própria energia retornando a vocês! E esse é o – único – significado do carma. 

A tendência para combater o “mal” baseia-se na crença de que o mal está fora de vocês e que deve ser banido da realidade. O convite espiritual para vocês, Trabalhadores da Luz, durante todas as suas encarnações, tem sido sempre reconhecer e aceitar seu próprio lado escuro e compreender seu papel e propósito. 

O convite mais profundo é para perdoar a si mesmos e redescobrir a sua inocência. Vocês são inocentes e sempre foram. Podem realmente entender isto? Se entenderem, não vão mais querer mudar o mundo nem lutar contra a injustiça. Vocês vão querer brincar, se divertir e aproveitar cada momento de suas vidas e simplesmente ser quem vocês são e compartilhar isso com outros.
Quando vocês, Trabalhadores da Luz, liberarem a idéia de que têm que lutar, por alguma coisa ou por alguém, não serão mais hostilizados pelo “mundo externo”, pela sociedade ou pelas pessoas em geral, por serem diferentes. Vocês não vão querer mudar nada e, portanto, não encontrarão resistência. Saberão que são bem-vindos, que sua contribuição para esta realidade é valiosa e que são valorizados pelos outros. 

Quando tiverem liberado completamente a consciência baseada no ego, saberão que estão isentos de perseguição ou ameaça externa. Terão ido além dos papéis de vítima e perseguidor; sua jornada terá descrito um círculo completo. Vocês terão liberado suas cargas cármicas e estarão totalmente livres para criar tudo o que quiserem. 

Vocês estão a ponto de dar à luz uma nova consciência, um tipo de consciência que liberou totalmente a necessidade de controlar ou possuir algo. Ela é livre de medo. É a consciência Crística. Quando Jesus viveu na Terra, ele quis lhes dizer que a espiritualidade não é uma questão de guerra entre luz e escuridão. É uma questão de encontrar um nível de percepção que vá além do bem e do mal, um lugar de onde vocês possam compreender e aceitar todas as coisas. “O reino de Deus está dentro”. Tudo o que vocês precisam está do lado de dentro. A paz, a alegria e a tranqüilidade são suas, quando vocês realmente se dão conta do que são: um ser divino em expressão. 

Só quando se dão conta de que estão aqui para transformar-se e curar a si mesmos, é que as coisas começam realmente a mudar para vocês e, como efeito colateral, para outras pessoas que os rodeiam. O mundo é o que é, e a coisa mais elevada que vocês podem fazer por ele é simplesmente amá-lo pelo que ele é. Amem e vejam a beleza de cada ser que está viajando através deste plano da realidade.

Muitos de vocês são motivados pela energia de Jesus. Isto é porque ele é seu parente. Jesus foi simplesmente um Trabalhador da Luz livre dos elos cármicos, um Trabalhador da Luz de posse de um elevado nível de auto-conhecimento. Vocês são tocados pela energia dele, porque sabem que é a energia para a qual estão se movendo. A energia de Cristo é a energia de seu próprio ser futuro.

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa. 

QUATRO ESTÁGIOS NA TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
Nas mensagens anteriores, descrevemos a base histórica da jornada dos Trabalhadores da Luz, desde a consciência baseada no ego até a consciência baseada no coração. Esta parte será totalmente dedicada às características psicológicas desta transformação. Nós havíamos dividido este processo em quatro passos ou estágios, que vamos recapitular aqui, para maior clareza:


1.
Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.
2.
Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3.
Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.

ESTÁGIO UM: O EGO JÁ NÃO SATISFAZ 

 

A transição da consciência apoiada no ego para a apoiada no coração começa com a experiência de um vazio interno. Coisas que antes lhe chamavam a atenção ou situações que o perturbavam completamente, agora o deixam vazio ou sem inspiração. De algum modo, as coisas parecem ter perdido seu significado e propósito usuais. Antes de experimentar esse vazio, a consciência está nas garras do medo e conseqüentemente precisa reafirmar-se constantemente, procurando validação externa, porque não está disposta a enfrentar o medo subjacente da rejeição e da solidão. Esse medo profundo e a necessidade de validação externa podem ficar muito tempo escondidos como o verdadeiro motivo de muitas de suas ações. Toda sua vida pode ser construída em cima disto, sem que você tenha consciência disso. Talvez você esteja consciente de uma vaga intranqüilidade ou tensão interior. Mas, freqüentemente, um acontecimento mais importante, como a ruptura de um relacionamento, o falecimento de um ser amado ou a perda de um emprego, convida-o a realmente examinar a natureza desta tensão ou intranqüilidade.

Quando o ego é o centro de seu ser, sua consciência e sua vida emocional estão em “estado de cãibra”. Você está encolhido de medo e por causa disso está constantemente na defensiva. Quando você está no estágio do ego, você sempre experimenta um estado de carência, uma necessidade de algo mais. A base de seus pensamentos, sentimentos e ações é um buraco negro, um vazio que nunca pode ser preenchido completamente. É um buraco de medo, um lugar coberto por sombras, já que você desvia a sua consciência daí. Nas sombras, há um vazio, do qual você é vagamente consciente, mas você não quer ir lá. Neste estagio, suas relações com Deus, ou Tudo O Que É, estão marcadas por sentimentos de separação. No mais profundo do seu ser, você se sente sozinho e abandonado. Você se sente como um fragmento quebrado, insignificante, sem propósito. E como você oculta o medo que você tem disto, você somente o experimenta indiretamente, como uma sombra. 

As pessoas têm horror de enfrentar o vazio interno com plena consciência. Têm horror de encontrar sua escuridão interior e investigá-la. Entretanto, se você não a enfrentar, ela continuará ali e você precisará desenvolver “estratégias para lidar com ela”, para tornar sua vida suportável. A estratégia do ego sempre é tratar o problema na periferia, em lugar de fazê-lo no centro. O ego procura resolver o problema voltando a consciência para o exterior, para fora. Ele tenta aliviar a dor interna, alimentando você com energias externas. As energias das quais ele gosta mais são reconhecimento, admiração, poder, atenção, etc. Desse modo, o ego aparentemente cria uma resposta ao desejo profundo da alma por unidade, segurança e amor.

Este desejo, em si mesmo, é inteiramente válido e genuíno. É Deus chamando você. É a sua própria natureza chamando-o. Você é Deus! Deus é a energia da unidade, segurança e amor. Todos anseiam pelo amor incondicional e o abraço da Energia que vocês chamam Deus. Na essência, este anseio é o desejo de estar totalmente consciente do seu próprio Ser Divino e, portanto, ser um com Ele. Sua própria divindade é sua entrada para o amor incondicional. Você só pode encontrá-lo enfrentando o medo e a escuridão que o rodeia, e isso você faz voltando-se para o interior, em vez de para o exterior. Isso você faz empregando sua consciência como uma luz que afugenta as sombras. A consciência é luz. Portanto, ela não precisa lutar com a escuridão; sua simples presença a dissolve. Voltando sua consciência para o interior, os milagres realmente acontecerão para você.

O ego, entretanto, procede exatamente de modo contrário. Registra a necessidade de amor e segurança, mas visa responder a esta necessidade sem enfrentar a escuridão e o medo interiores. Para conseguir isto, ele usa um certo “truque”: transforma a necessidade de amor em necessidade de aprovação ou reconhecimento por parte de outras pessoas; transforma a necessidade de unidade e harmonia em necessidade de se sobressair e ser melhor do que os outros. Uma vez que você pense que ser amado é ser admirado por seus feitos, você não precisa mais ir ao seu interior em busca de amor; você simplesmente tem que trabalhar mais duro! Desse modo, o ego se esforça por manter a panela do medo tampada. 

Seu desejo original por amor e ditosa unidade se apresenta, então, de forma distorcida, como o desejo por reconhecimento. E você está constantemente procurando validação externa, a qual lhe provê, temporariamente, um pouco de segurança. Sua consciência está totalmente focalizada no mundo externo. Você confia no julgamento de outras pessoas e vive muito preocupado com o que os outros pensam de você. Isto é muito importante para você, já que sua auto-estima depende disto. Na realidade, a sua auto-estima abaixa cada vez mais, já que você está entregando seu poder a forças externas, que o julgam por seus desempenhos externos e não por seu verdadeiro ser. Enquanto isso, o sentimento profundamente arraigado de abandono e solidão não é aliviado. Na realidade, ele piora, já que você se recusa a olhar para ele. Isso que você não quer olhar torna-se o seu “lado sombrio”. O medo, a irritação e a negatividade podem ronda-lo e influenciá-lo, intensificados pela sua recusa de ir para dentro de si.

O ego pode ser muito teimoso, quando se trata de suprimir certas dúvidas, suspeitas e sentimentos; ele não deixa o controle facilmente. O que você percebe como “mau” em seu mundo sempre é o resultado do apego ao poder pessoal. É a recusa a entregar o controle e aceitar o medo e a escuridão internos. O primeiro passo para a iluminação é render-se a “o que é”. Iluminação significa permitir que todos os aspectos de seu ser sejam levados à luz da sua consciência. Iluminação não significa que você é completamente consciente de tudo que há dentro de você, mas que você está desejando enfrentar cada aspecto conscientemente. Iluminação é igual a amor. Amor significa: aceite você mesmo tal como você é.

A escuridão interior – essa sensação de abandono no mais profundo de sua alma, que todos vocês temem tanto – é temporária. O estágio do ego é apenas um passo no longo desenvolvimento e desdobramento da consciência. Neste estágio, é dado o primeiro salto em direção a uma consciência divina individualizada. O nascimento de uma consciência individual, o seu nascimento como uma “alma separada”, caminha junto com a experiência de ser deixado sozinho, de estar separado de seu Pai/Mãe. É comparável ao trauma do nascimento em seu mundo físico. No útero, o bebê experimenta um sentimento oceânico de unidade com sua mãe. Quando nasce, ele se torna uma unidade em si mesmo.

Por causa desse trauma de nascimento – falando agora do nascimento da alma – a alma leva consigo um sentimento de ter sido despedaçada, pois ela teve que se desprender de tudo em que ela confiava. (Em um capítulo posterior, voltaremos à noção do nascimento da alma; só queremos chamar a atenção aqui para o fato de que também há um aspecto da alma que é eterno e atemporal, portanto não sujeito a nascimento e morte). A alma recém-nascida anseia por um retorno ao estado de semiconsciência de unidade, de onde ela vem e que ela considera o seu Lar. Como isto é impossível, ela experimenta grande temor e sentimentos de desolação e dúvida. Este temor interno e desorientação gradualmente formarão a terra fértil para a tomada de poder por parte do ego. A alma tem que lidar com o medo e a dor, e o ego promete providenciar uma solução. O ego exibe a perspectiva de poder e controle à consciência da alma. A alma, sentindo-se impotente e perdida, entrega-se e coloca o ego no comando.

O ego é essa parte da alma que está voltada para o material, para o mundo externo. Em essência, o ego é o instrumento da alma para se manifestar como um ser físico, dentro do tempo e do espaço. O ego provê a consciência com foco. Ele faz com que a consciência seja específica em vez de oceânica, “aqui e agora” em vez de “em todo lugar”. O ego traduz impulsos internos em formas materiais específicas. É essa parte de você que faz a ponte sobre o vazio entre a sua parte não física (espiritual) e a parte física.

Para a alma, como um ser espiritual não físico, é totalmente anti-natural estar fixada em tempo e espaço. A alma é essencialmente independente de qualquer forma (material). Quando você sonha que está voando por aí, você está contatando essa parte de você mesmo, que é independente e livre. O ego, por outro lado, prende e fixa. Ele o capacita a funcionar na realidade física. Como tal, o ego tem um papel muito valioso, que não tem nada que ver com “bom” ou “mau”. Quando funciona em uma situação equilibrada, ele é uma ferramenta neutra e indispensável para a alma que habita um corpo físico na Terra. 

Entretanto, quando o ego começa a governar a consciência da alma, em lugar de funcionar como sua ferramenta, a alma se desequilibra. Quando o ego se impõe sobre a alma (característica típica da consciência baseada no ego), ele não traduz simplesmente os impulsos internos para a forma material, mas controla e suprime seletivamente esses impulsos. O ego então lhe apresenta uma imagem distorcida da realidade. O ego desequilibrado sempre está perseguindo o poder e o controle e, sob este prisma, interpreta todos os fatos como positivos ou negativos. 

É bastante instrutivo descobrir suas próprias motivações baseadas em poder e controle, no seu dia a dia. Tente observar quão freqüentemente você quer que  as coisas ou as pessoas se dobrem à sua vontade, mesmo que seja por uma causa nobre. Quão freqüentemente você se chateia porque as coisas não caminham como você quer? É importante perceber que, sob a necessidade de controlar, sempre existe o medo de perder o controle. Portanto, pergunte a si mesmo: “Qual é o risco de liberar o controle, de deixar ir a necessidade da previsibilidade? Qual é o meu medo mais profundo?”

O preço que você está pagando agora por manter as coisas “sob controle” é que suas atitudes em relação à vida são tensas e reprimidas. Quando se atrever a viver sob a inspiração interna e só fizer o que lhe trouxer alegria, será criada uma ordem natural e verdadeira em sua vida. Você se sentirá relaxado e feliz, sem a necessidade de moldar o fluxo da vida. Isto é viver sem medo, é viver com plena confiança no que a vida lhe trará. Você pode fazer isso?

Para uma alma jovem, a armadilha da consciência baseada no ego é quase inevitável. O ego oferece uma saída para o problema (de medo e abandono); ele desvia sua atenção daquilo “que está no interior” para aquilo “que você pode obter do mundo externo”. Esta não é a solução real para o problema, mas parece trazer alívio por um tempo. Exercer poder e controle sobre as coisas ao seu redor pode lhe dar uma satisfação temporária ou “estímulo”. Há um breve sentimento de ser amado, admirado e respeitado. Alivia sua dor por um tempo. Mas isso dura pouco e você tem que se esforçar outra vez para se destacar, para ser melhor ainda, mais atraente ou mais útil. Por favor, observe que, sob a bandeira do ego, você pode ser tanto meigo quanto maldoso, tanto doador quanto recebedor, tanto dominador quanto servil. Muito daquilo que se dá aparentemente com generosidade é um chamado inconsciente de atenção, amor e reconhecimento em direção a quem recebe o presente. Quando você está sempre cuidando e doando aos outros, você está simplesmente se escondendo de si mesmo. Portanto, para entender o que significa a dominação do ego, você não tem necessariamente que pensar em tiranos cruéis, tais como Hitler ou Saddam Hussein. Simplifique: observe-se em sua vida diária. 

A presença da dominação do ego pode ser reconhecida pela necessidade de controlar as coisas – querer que certa pessoa se comporte de um modo determinado, por exemplo. Para conseguir que isto aconteça, você exibe certos tipos de comportamento. É condescendente e meigo, por exemplo, e trata de jamais ferir os sentimentos de outra pessoa. Há uma necessidade de controle por trás deste comportamento. “Porque quero que você me ame, eu nunca estarei contra você”. Esta linha de pensamento é baseada no medo – o medo de depender de si mesmo, o medo de ser rejeitado ou abandonado. O que parece ser doçura e simpatia, na realidade é uma forma de auto-negação. Isto é o ego trabalhando. 

Enquanto o ego governar sua alma, você precisará se alimentar da energia de outras pessoas, para se sentir bem. Sentirá como se tivesse que merecer a aceitação de outras pessoas, de uma autoridade exterior a você. Entretanto, o mundo que o rodeia não é fixo nem estável. Você nunca pode confiar na fidelidade permanente daquele em quem confia, seja ele o cônjuge, o chefe ou os pais. É por isto que você tem que “trabalhar” o tempo todo, estando sempre atento às “porções de aprovação” que vêm para você. Isto explica porque a mente de quem está no estágio do ego se encontra em permanente estado de tensão e nervosismo. 

O ego não pode supri-lo com verdadeiro amor e auto-estima. A solução que ele oferece para o trauma do abandono é, na verdade, um poço sem fundo. A verdadeira missão da consciência da alma jovem é tornar-se os pais que ela perdeu. Por favor, observe que a estrutura da vida na Terra – considerando o processo de começar como um bebê desamparado e crescer até se transformar num adulto independente – freqüentemente o convida a fazer exatamente isso. Muito freqüentemente, a chave para a verdadeira felicidade em sua vida consiste nisto: que você transforme-se nos seus próprios pai e mãe e dê a si mesmo o amor e a compreensão que você perdeu e que está sentindo falta nos outros. No nível mais amplo e metafísico, no qual estamos falando, isto significa: entenda que você é Deus, não uma de suas pequenas ovelhas perdidas. Esta é a compreensão que o levará de volta ao lar. Esta é a compreensão que o levará ao âmago de quem você é – que é amor e poder divino. 

O final do estágio do ego surge quando a alma se dá conta de que está sempre repetindo o mesmo ciclo de ações e pensamentos. O ego perde seu domínio quando a alma se sente esgotada e aborrecida por se esforçar o tempo todo por um tesouro eternamente fugaz. A alma começa então a suspeitar que as promessas do jogo do qual participa são falsas e que, na realidade, não há nada ali para ela ganhar. Quando a alma se cansa de tentar e de estar em cima disso o tempo todo, ela deixa ir um pouco o controle. Com menos energia sendo gasta no controle dos pensamentos e do comportamento, abre-se um espaço energético que permite experiências novas e diferentes. 

No começo, quando você entra neste estágio, pode sentir-se muito cansado e vazio por dentro. As coisas que antes você considerava importantes, agora podem lhe parecer totalmente sem sentido. Inclusive, podem vir à tona medos que não tenham nenhuma causa clara ou imediata. Podem ser vagos temores de morrer ou de perder seus entes queridos. Também pode aflorar uma raiva, relacionada com situações em seu trabalhos ou em seu casamento. Tudo o que parecia ser óbvio, agora está sob dúvida.

Aquilo que a consciência apoiada no ego tentava prevenir, finalmente acontece. Gradualmente, a tampa da panela se levanta e todo tipo de emoções incontroláveis e medos aparecem e entram na sua consciência, semeando dúvida e confusão em sua vida. Até aquele momento, você estava funcionando quase sempre no piloto automático. Muitos padrões de pensamentos e de sentimentos dentro de você aconteciam automaticamente; você permitia que eles acontecessem sem questionar. Isto deu unidade e estabilidade à sua consciência. Entretanto, quando sua consciência cresce e se expande, sua personalidade se divide em duas. Uma parte de você quer manter-se nos velhos padrões, a outra parte questiona esses padrões, e você se confronta com sentimentos desagradáveis como raiva, medo e dúvida. 

Por isso, a expansão da consciência que ocorre no final do estágio do ego é freqüentemente experimentada como um desmancha-prazeres, um intruso mal recebido, que estraga o jogo. Esta nova consciência desacomoda tudo o que antes parecia óbvio e desperta emoções dentro de você, com as quais você não sabe lidar. Quando você começa a duvidar dos padrões de pensamento e ação baseados no ego, uma nova parte de você penetra sua consciência. É a parte de você que ama a verdade ao invés do poder.

Viver de acordo com as imposições do ego é muito repressivo. Você está servindo a um pequeno – medroso – ditador, que aspira ao poder e ao controle, não só sobre o seu ambiente, mas especialmente sobre você. Seus fluxos espontâneos de sentimento e intuição são reprimidos por ele. O ego não gosta muito da espontaneidade. Ele o impede de expressar livremente seus sentimentos, já que os sentimentos e as emoções são incontroláveis e imprevisíveis, o que é perigoso para o ego. 

O ego trabalha com máscaras. Se seu ego lhe ordenar: “seja doce e gentil, para ganhar a simpatia das pessoas”, você sistematicamente suprimirá os sentimentos de desagrado e raiva de dentro si. Se começar a duvidar da viabilidade desta ordem, as emoções suprimidas aparecerão imediatamente. Os sentimentos não se eliminam ao serem suprimidos. Eles continuam vivendo e ganham intensidade quanto mais são suprimidos.

Uma vez que a alma experimenta o vazio e a dúvida, tão característicos do final do estágio do ego, é possível encontrar e enfrentar todos os sentimentos e emoções que antes estavam escondidos na escuridão. Estes sentimentos e emoções contidos são a porta de entrada para o seu Eu Superior. Ao explorar o que você realmente sente em vez daquilo que se supõe que deva sentir, você recupera sua espontaneidade e integridade, essa parte de você que freqüentemente é chamada de sua “criança interior”. Entrar em contato com seus verdadeiros sentimentos e emoções, faz com que você se coloque no caminho da liberação. E assim começa a transição para a consciência baseada no coração. 

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa. 

EXPLORANDO SUAS FERIDAS INTERNAS

Distinguimos quatro passos na transformação da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração:

1.
Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final. 
2.
Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3.
Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.
Neste capítulo discutiremos o passo 2.

Quando você para de se identificar com o ego, primeiro você entra num estado de confusão sobre quem você é. Esta confusão pode ser profunda e de natureza muito filosófica. Você começa a fazer perguntas sobre o significado da vida, sobre o bem e o mal, sobre o que você realmente sente e pensa, em oposição àquilo que os outros lhe ensinaram a sentir e pensar. De repente, estas perguntas são muito reais para você e têm uma relação direta com as escolhas que você faz no seu dia a dia. Você olha para si mesmo e pensa: “Este sou eu? É isto que eu quero?” É difícil fazer escolhas agora, uma vez que nada é evidente por si mesmo.   

De fato, você agora está dando um passo para trás, um passo nas profundezas: um passo para dentro. Você torna-se consciente de partes mais profundas de si mesmo, partes que estão menos condicionadas por sua educação e por sua sociedade. Você recebe alguns vislumbres de quem você verdadeiramente é: sua singularidade, sua individualidade. Você se lembra que existe uma parte de você que não é dependente de nada que o rodeia: nem dos seus pais, nem do seu trabalho, nem dos seus relacionamentos e nem sequer do seu corpo. É nesse momento que você sente – vagamente – a sua divindade, a parte de você que é completamente ilimitada e eterna.

Na realidade, todos vocês são seres multidimensionais: vocês podem (e assim o fazem) manifestar-se em várias realidades diferentes ao mesmo tempo. Vocês não estão ligados a um padrão de tempo linear. Sua atual personalidade é apenas um aspecto da entidade multidimensional que vocês são. Quando vocês se derem conta de que sua expressão atual como um ser humano físico é simplesmente um aspecto de vocês, irão além dela e poderão entrar em contato com o Ser Superior que vocês são.

Mas antes de conseguirem isto, precisam curar as partes feridas dentro de vocês.

Viver de acordo com as ordens e exigências do ego criou feridas psicológicas dentro de vocês. Deixar ir à consciência baseada no ego cria, inicialmente, confusão, dúvidas e desorientação.

Depois deste primeiro passo, vocês entram em um novo estágio: o de observar, compreender e curar suas feridas internas. Falaremos sobre este estágio agora.

Com o ego no controle, as suas ações e pensamentos basearam-se no medo durante um bom tempo. De certa forma, você perseguia ferozmente os seus desejos de poder, reconhecimento e controle. Com isto, você desvirtuava a sua própria natureza. Seu comportamento baseava-se em modelos externos ao invés de se basear nas suas próprias e verdadeiras necessidades. Além disto, você não era capaz de amar realmente alguém, já que o amor se opõe completamente à necessidade de controlar ou dominar. Todo este estado de consciência constituiu um ataque à integridade da sua alma. A alma sofreu sob o reinado do ego.

Quando você se liberta da prisão e da influência do ego, esta dor interna torna-se mais visível para você. Ela se expõe a você – nua e crua – despojada de máscaras. Entretanto, você ainda não sabe como lidar com esta dor, já que ainda está num estado de confusão e desorientação. Geralmente, você passa por uma etapa de julgamento das suas feridas internas, porque elas parecem levá-lo a padrões negativos de comportamento: dependências, depressão, mudanças de humor incontroláveis, problemas de comunicação, dificuldades nas relações íntimas.

Este julgamento de si mesmo inflige mais dor à alma, que está começando a voltar-se para a Luz. Ela está se desapegando da necessidade de poder e de controle, ela está se tornando mais sensível... e então ela é surpreendida pelo auto-julgamento. 

Muitas pessoas estão vagando nesta terra de ninguém entre o ego e o coração. Elas estão buscando uma realidade mais amorosa, mas ainda se encontram ao alcance do chicote do ego.

Na verdade, não é a sua ferida interna que o faz tornar-se presa do que você considera “aspectos negativos” de si mesmo. É o seu julgamento da ferida que causa a negatividade. Se você olhar para si mesmo com uma atitude de aceitação, você não vai ver uma personalidade dependente, depressiva ou fracassada. Você vai ver apenas a dor interna que precisa ser atendida e cuidada da forma mais gentil e bondosa possível.

O passo mais importante no estágio dois da transição do ego ao coração é que você está querendo entender a sua dor interna: aceite-a, compreenda as suas origens e permita que ela exista.

Se você consegue perceber o núcleo de medo que é inerente a todas as expressões de consciência centrada no ego, você penetrou a realidade da consciência baseada no coração. Por mais censurável que seja o comportamento de alguém, se você reconhecer a dor, a solidão e a necessidade de auto-proteção que existe por trás disso, você entra em contato com a alma que está apresentando o comportamento negativo. Assim que você percebe a alma amedrontada, você é capaz de perdoar.
Isto acontece primeiramente em relação a você mesmo.

Pense em algo que você realmente deteste em si mesmo – algo que realmente o aborreça e do qual você acha que já deveria ter se livrado há muito tempo. Pode ser insegurança, preguiça, impaciência, ou uma dependência: qualquer coisa que você sinta que não deveria mais estar aí. Agora procure entender o motivo real por trás deste aspecto ou tendência. O que o obriga a sentir ou fazer certas coisas várias e várias vezes? Você consegue perceber um elemento de medo dentro das suas motivações?

Repare que, logo que você compreende que existe medo, você amadurece internamente, sentindo algo como: “Oh, Deus, eu não sabia que estava tão atemorizado! Eu o ajudarei!”  Então há tolerância em suas atitudes. Há amor e perdão.

Enquanto você percebe os comportamentos baseados no medo – tais como agressão, dependência, subserviência, vaidade, etc... – como “maus”, “pecaminosos” ou “tolos”, você está julgando. Mas julgar é uma atividade baseada no medo. Você já percebeu que, quando você se julga, torna-se duro internamente? Parece que alguma coisa aperta, como lábios pressionando-se ou olhos resfriando-se. Por que precisamos julgar as coisas? Qual é a necessidade de reduzir as coisas a certo ou errado? Qual é o medo por trás da nossa necessidade de julgar? É o medo de enfrentarmos a nossa própria sombra interior. É, essencialmente, o medo de viver.

Ao se desapegar da consciência baseada no ego, você vai querer desenvolver uma forma completamente nova de ver as coisas. Esta forma de ver pode ser melhor descrita como neutra, querendo dizer que simplesmente observa o que é, sem interesse em como as coisas “deveriam ser”. As causas e os efeitos do comportamento baseado no ego são observados, o núcleo de medo inerente a ele é reconhecido, e então o ego se torna realmente transparente para você. E tudo o que é transparente para você pode ser abandonado, se você quiser.

Todo o ser humano conhece o medo. Cada um de vocês conhece a sombra e a solidão de estar envolvido no medo. Quando o medo se mostra abertamente no rosto de uma criança, a maioria das pessoas reage instantaneamente estendendo as suas mãos. Mas quando o medo se mostra de forma indireta, através de máscaras de violência e brutalidade, parece imperdoável. Quanto mais destrutivo e cruel é o comportamento, mais difícil é perceber o medo e a desolação que existem por trás dele. Mesmo assim, vocês são capazes de percebê-lo.

A partir das profundezas da sua própria experiência de medo e desolação, você pode entrar em contato com o profundo medo nas almas dos assassinos, seqüestradores e criminosos. Você consegue entender as ações deles. E se fizer isso, baseado nas suas próprias experiências íntimas com a escuridão, você pode liberar isso tudo. Você pode deixar que tudo isso exista, sem a necessidade de julgar nada. Se você verdadeiramente entender o medo como um poder que existe e com o qual você está totalmente familiarizado através de suas experiências de vida, você pode deixar de julgar. O medo não é nem bom e nem mau. O medo É, e possui um determinado papel a desempenhar.

Em certos aspectos, muito difíceis de serem expressos em conceitos humanos, o medo é tanto uma bênção quanto uma tortura. De qualquer modo, a escolha de permitir a existência do medo em sua realidade não foi feita para vocês. Vocês foram o Deus – por assim dizer – que permitiu que o medo desempenhasse um papel indispensável na sua realidade. Vocês fizeram isto, não para se torturarem, mas PARA CRIAREM, para criarem uma realidade que tivesse mais substância, mais “plenitude” do que um mundo baseado unicamente em amor. Compreendo que isto pode parecer inacreditável, mas talvez vocês possam entender intuitivamente o que estou procurando dizer aqui.

O medo é uma parte viável da criação. Onde há medo, não há amor. Onde não há amor, o amor pode ser encontrado de formas novas e imprevisíveis. Uma ampla variedade de emoções pode ser explorada, e inclusive criada, pela ausência do amor. A ausência do amor pode ser sentida de várias formas. A presença do amor só pode ser sentida quando se tem o medo como plano de fundo. Se não fosse assim, o amor ficaria todo difuso e vocês não poderiam percebê-lo como tal.

Portanto, ao criarem o medo, ao se arremessarem para fora do oceano de amor que os rodeava, vocês se permitiram experimentar o amor pela primeira vez. Compreendem?

Vocês não criaram o amor, mas criaram a experiência do amor. Para fazer isto, vocês precisavam de um oposto, algo que não fosse amor, e utilizaram o medo como instrumento. Nós, do outro lado do véu, podemos ver claramente o papel espiritual que o medo desempenha na sua realidade. Sendo assim, nós lhes suplicamos, mais uma vez, que não julguem. Por favor, não julguem o medo e a escuridão que ele traz, nem em vocês mesmos e nem em qualquer outro ser. Todos vocês foram criados do amor e para o amor devem retornar.

Quando você entra no segundo estágio do processo de transformação do ego ao coração, você se confronta com sua dor interna, com seus medos, e é convidado a olhá-los com compreensão e aceitação.

Depois de se conscientizar da sua dor interna e do seu medo, você pode passar primeiro por um período de auto-julgamento, no qual pode apresentar um comportamento destrutivo. Pode parecer que você está andando para trás em vez de para frente. Nesse ponto, você se encontra na zona perigosa, na terra de ninguém entre o ego e o coração. Você sabe que quer se livrar do velho, mas ainda não pode realmente abraçar o novo, e então é pego pela desconfiança de si mesmo e pela autocrítica. O ponto decisivo ocorre quando você deixa de julgar-se – pelo menos por um tempo.

Só quando você está preparado para olhar para si mesmo com uma atitude de interesse e abertura, é que você penetra a realidade da consciência baseada no coração. Antes disso, você está meramente comparando-se com um modelo artificial ou um ideal, para o qual, na maioria das vezes, você é deficiente. Você se bate por isso, e tenta outra vez se forçar a se encaixar naquele molde que você criou para si mesmo, na sua cabeça.

Digo-lhe que este padrão de perfeccionismo é uma arma assassina. É totalmente o oposto do amor. O amor verdadeiramente não compara e, mais importante, nunca quer forçá-lo a nada e nem modificá-lo de nenhuma forma. O amor não tem olhos para o que deveria ser. A própria natureza do “deveria” está ausente da consciência do coração. Na visão do coração, as qualidades morais sempre são formas de interpretar ou “dividir” a realidade. Elas são idéias na sua cabeça e, como você sabe, elas podem diferir muito de cabeça para cabeça. A própria necessidade de estabelecer modelos e definir o que é bom é precursora do conflito humano e da guerra. Não são tanto as idéias que causam a agressão e o conflito, mas a necessidade implícita de controlar e fixar.

Os ideais políticos, pessoais ou espirituais, os padrões de saúde, beleza e higiene, todos estabelecem modelos de como as coisas deveriam ser, de como você deveria comportar-se. Todos eles procuram fixar e definir o que é BOM.

Mas o AMOR não está interessado em definir o Bom. Não está interessado nas idéias, mas na realidade. O amor se volta para o que é real.

O coração está interessado em tudo o que existe, em cada expressão real de vocês, as destrutivas e as construtivas. Ele simplesmente observa; ele simplesmente está aí, envolvendo-o com a sua presença, se você o permitir.
Se você se abre para a realidade do amor, a realidade do coração, você se desapega do julgamento. Você aceita quem você é neste momento. Você percebe que você é o que é em virtude de uma multiplicidade de razões, as quais você agora vai investigar e explorar.

Quando este momento chega, é uma grande bênção para a alma. Então você é capaz de curar a si mesmo. De vez em quando você recairá na autocrítica, mas agora você tem uma memória consciente de como se sente o amor. E enquanto a tiver, você voltará a encontrá-la de novo, porque experimentou o doce perfume do Lar outra vez.

No segundo estágio da transição do ego ao coração, você entra em contato mais íntimo consigo mesmo. Você dá uma olhada mais de perto na sua bagagem do passado. Você revive suas memórias (dolorosas) – memórias desta vida, talvez memórias de vidas passadas. A bagagem psicológica que você carrega de todas as suas vidas, até o presente, constitui a sua identidade atual. Você pode olhar para esta bagagem como uma mala cheia de roupas. Você representou muitos papéis no passado, assumiu muitas identidades, exatamente como peças de vestuário. Você acreditou tão firmemente em alguns desses papéis, que chegou a considerá-los parte da sua identidade. “Este sou eu”, você pensa de tais papéis ou “vestimentas”.

Entretanto, quando você investiga verdadeiramente o que estes papéis têm a ver com você, descobre que você não é eles. Você não é os papéis psicológicos ou identidades que você assume. Você não é as suas roupas. Você utilizou estes papéis por uma necessidade de experiência sentida pela alma.

A alma se deleita com todas essas experiências, porque elas são partes do processo de aprendizagem com o qual ela se comprometeu. Considerando desta forma, todas as experiências são úteis e valiosas.

Quando você olha mais de perto para os seus próprios papéis ou identidades, você logo percebe que existiram experiências dolorosas, inclusive traumáticas, no seu passado, que ainda “grudam” em você. Você parece incapaz de se livrar delas. Elas se tornaram uma “segunda pele”: pele, ao invés de simples vestimenta.

Esses são elementos difíceis do seu passado; são as peças que agora o impedem de viver verdadeiramente e de desfrutar a vida. Você se identificou tanto com estas partes, que você pensa que é elas. Por causa disto, você sente que é uma vítima e daí tira uma conclusão negativa sobre a vida. Mas estas conclusões não se referem à vida como tal, elas só se referem às partes traumatizadas da consciência da sua alma.

São estas partes que precisam de cura agora. Você fará isto, entrando no passado outra vez, mas com uma consciência muito mais amorosa e sábia do que você jamais teve. No segundo estágio do processo de transformação do ego ao coração, você cura episódios do passado, envolvendo-os com a sua consciência do presente. Ao re-experimentar esses acontecimentos no presente, a partir de um foco centrado no coração, você libera as partes traumáticas do seu passado.

O trauma ocorre quando você experimenta uma grande perda ou dor ou maldade, e não consegue entender porque isto acontece. Todos vocês experimentaram o trauma, em muitas de suas vidas. De fato, a consciência da alma durante o estágio do ego é traumatizada desde o início: existe a perda da Unidade ou Lar, que ela se lembra e não compreende.

Quando você volta ao acontecimento traumático original, através da imaginação, e o envolve com a consciência do coração, você muda a sua reação original a esse acontecimento. Você muda a reação de horror e incredulidade, para uma simples observação do que acontece. Na regressão, você simplesmente observa o que aconteceu, e este simples ato cria espaço para a compreensão, espaço para a compreensão espiritual do que realmente aconteceu nesse evento. Quando este espaço se faz presente, você torna-se mestre da sua realidade outra vez. Então você é capaz de chegar a uma aceitação do fato completo, já que compreende, a partir do coração, que há significado e propósito em cada coisa que acontece. Você pode sentir, a partir do coração, que há um elemento de livre escolha presente em tudo o que ocorre, e então você desenvolve uma aceitação da sua própria responsabilidade pelo acontecimento. Quando você aceita a sua própria responsabilidade, você está livre para seguir em frente.

É somente quando você se relaciona com suas identidades passadas, como um ator se relaciona com seus papéis, que você se torna livre para ir aonde quer que deseje. Então, você está livre para entrar na consciência baseada no coração. Você não mais se apega a nenhum aspecto do que você foi no passado: vítima ou agressor, homem ou mulher, branco ou negro, pobre ou rico, etc. Quando você puder brincar com os aspectos da dualidade, e simplesmente usá-los quando eles lhe trouxerem alegria e criatividade, você terá alcançado o significado da vida na Terra. Você experimentará muita felicidade e uma espécie de regresso ao Lar. Isto porque você estará entrando em contato com a consciência subjacente aos diferentes papéis e identidades. Você estará tocando a base com a sua própria consciência divina outra vez... a percepção de que tudo é Unidade... em resumo: a realidade do amor.

Encerraremos este capítulo oferecendo-lhe dois exercícios, que podem ajudá-lo a entrar em contato com aquela corrente de Unidade, aquela corrente de consciência divina que é a corrente oculta de todas as suas experiências.

EXERCÍCIO 1

- Que características psicológicas, que você considera como partes de você, causam a maioria dos problemas em sua vida? Cite duas dessas características.

- Focalize os opostos dessas características. Assim, se você escolheu “impaciência”, ou “insegurança”, focalize-se agora nas suas contrapartes: paciência e confiança em si mesmo. Sinta a energia destas características por um momento.

- Volte-se para o seu interior e procure estas energias dentro de si mesmo. Cite três exemplos da sua própria vida, nos quais você exibiu estas características positivas.

- Agora que você está em contato com estas características positivas, permita que as energias delas fluam através de você e sinta como elas o equilibram.

EXERCÍCIO 2

- Relaxe e permita que a sua imaginação viaje para trás, até um momento no qual você se sentiu muito feliz. Pegue a primeira coisa que aparecer na sua mente. Sinta a felicidade novamente.

- Agora vá para um momento no qual você se sentiu extremamente infeliz. Sinta a essência do que sentiu naquele instante.

- Capte o que há de comum nas duas experiências. Sinta o que é igual nesses dois momentos.

Ambos os exercícios foram planejados para que você perceba a consciência subjacente, o “você” sempre presente em todas as suas experiências.

Este recipiente de consciência sempre presente, o transportador das suas experiências, é o “Você” Divino. É sua entrada para uma realidade além da dualidade: a realidade do coração.

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa. 

LIBERANDO O VELHO

A transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração desenvolve-se ao longo de alguns estágios.
1.
Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.
2.
Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3.
 Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.
Falaremos agora do estágio três. Mas antes de fazê-lo, queremos assinalar que a transição não acontece através de um caminho reto e linear. Existem momentos em que você retrocede a um estágio que já tinha sido deixado para trás. Mas este retrocesso pode, mais tarde, levá-lo a um grande passo à frente. Assim, os desvios podem resultar em atalhos. Além disso, cada caminho espiritual de alma é único e individual. Portanto, este esquema que estamos oferecendo-lhe, de quatro estágios diferentes, deveria ser entendido, simplesmente, como uma forma de ressaltar alguns pontos críticos do processo. Os esquemas e as classificações são meros instrumentos que tornam visível uma realidade que não pode ser capturada pela mente (a sua parte mental).

Depois que você aceitou as suas feridas internas e curou as partes traumáticas da sua consciência, como descrevemos no capítulo anterior, a sua energia se modifica. Você está se desapegando de um você mais velho. Está criando espaço para um modo de ser e de vivenciar completamente novo. Neste capítulo, gostaríamos de explicar o que acontece energeticamente quando você libera a consciência centrada no ego. O que acontece energeticamente, quando você se move da dominação do ego para a consciência baseada no coração, é que o chakra cardíaco passa a ter precedência sobre a vontade do terceiro chakra.

Os chakras são rodas giratórias de energia, localizadas ao longo de sua coluna vertebral. Estes centros de energia estão todos relacionados com um tema particular da vida. Por exemplo: “espiritualidade” (chakra da coroa), “comunicação” (chakra da garganta) ou “emoções” (chakra do umbigo). Os chakras, até certo ponto, fazem parte da realidade material, já que estão relacionados com lugares específicos do seu corpo. Mas eles não são visíveis aos olhos físicos, portanto poderíamos dizer que eles subsistem entre o espírito e a matéria; eles fazem a ponte entre o vazio. Eles formam o ponto de entrada do espírito (sua consciência da alma), permitindo que ele tome a forma física e crie as coisas que estão acontecendo na sua vida.

O chakra do coração, localizado no centro de seu peito, é a sede da energia do amor e da unidade. O coração leva as energias que unificam e harmonizam. Quando você focaliza a sua atenção neste centro por um tempo, você pode sentir calor ou algo se abrindo. Se você não sentir nada, simplesmente deixe isso de lado e talvez tente em outro momento.

O chakra abaixo do coração é chamado de “plexo solar” e está localizado próximo ao seu estômago. É a sede do desejo. É o centro que focaliza sua energia na realidade física. Portanto, é o chakra que está conectado com questões de criatividade, vitalidade, ambição e poder pessoal.

O ego e a vontade estão intimamente relacionados. A faculdade da vontade permite-lhe colocar o foco em algo, seja interno ou externo. Suas percepções da realidade, tanto de si mesmo quanto dos outros, estão muito influenciadas pelo que você quer, por seus desejos. Seus desejos, freqüentemente, estão misturados com o medo. Muitas vezes você quer alguma coisa porque sente que tem necessidade disso; por trás da sua vontade, existe um sentimento de falta ou de necessidade. Devido ao medo que está presente em muitos dos seus desejos, o plexo solar é freqüentemente dirigido pela energia do ego. O ego se expressa especialmente através do plexo solar.

Através da faculdade da vontade, o ego literalmente pressiona a realidade. A realidade tem que ser forçada para aquilo em que o ego quer que você acredite. O ego trabalha a partir de um conjunto de presunções básicas a respeito de como a realidade funciona, as quais são todas baseadas no medo. Ele lhe apresenta um quadro da realidade altamente seletivo, uma vez que seu modo de ver é prejudicado pelas suas próprias necessidades e medos. Além disto, ele precisa colocar o julgamento em tudo o que observa. Não há lugar para a simples observação das coisas. Tudo precisa ser dividido em categorias, precisa ser rotulado como certo ou errado.

Quando você vive a partir do coração, não existe um conjunto fixo de crenças a partir das quais você interpreta ou dá valor aos fatos. Você já não mais sustenta fortes convicções sobre nada. Você passa a viver mais como um observador. Você adia os julgamentos morais sobre qualquer questão, já que sente que pode não ter compreendido tudo o que existe para compreender sobre a situação. Os julgamentos sempre têm algo de definitivo; mas o coração não está interessado em definições. Ele sempre procura ir mais além daquilo que parece definitivo ou definido. O coração é aberto, explorador e disposto a re-examinar, disposto a perdoar.

Quando você usa o poder da vontade centrado no ego, pode sentir algo pressionando seu chakra do plexo solar. Usar a sua vontade desta forma é um acontecimento energético, do qual você  pode estar consciente, se quiser. Sempre que sentir esta pressão, acompanhada de um forte desejo de que as coisas aconteçam a seu modo, você está tentando moldar a realidade aos seus desejos. Você está tentando impor as suas crenças à realidade.

Quando você age a partir do coração, você segue o fluxo das coisas tal como ele se apresenta; você não está pressionando nem forçando.

Se você trabalha muito duro para obter algo, e falha várias vezes em alcançar as suas metas, por favor, questione-se a partir de que chakra, a partir de que centro energético você está atuando. Você também pode entrar em sintonia com o seu coração e perguntar-lhe por que isso não está funcionando ou por que você tem que colocar tanta energia nisso.

Muitas vezes você tenta realizar certas metas, sem ter ido verdadeiramente para dentro de si mesmo e verificado com seu coração se isso realmente lhe serve, no seu caminho interior para a sabedoria e a criatividade. Além disso, mesmo que as suas metas realmente representem seus desejos mais profundos, sentidos a partir do coração, você pode ter expectativas irreais a respeito do período de tempo no qual as coisas irão acontecer. Você pode estar numa linha de tempo que não é a do coração, mas da vontade pessoal.

Existe um ritmo natural para todas as coisas, que não tem, necessariamente, a velocidade que você pensa que é desejável. A realização das suas metas requer que a energia seja modificada. A mudança de energia freqüentemente leva mais tempo do que você espera ou deseja. Na verdade, as mudanças de energia nada mais são do que você mesmo mudando.

Quando você tiver alcançado suas metas, você não será mais você. Você terá se tornado uma versão expandida de seu ser atual, com mais sabedoria, mais amor e mais poder interior. O tempo que leva para conseguir as suas metas é o tempo que leva para mudar a sua consciência, de tal modo que a sua realidade desejada possa entrar na sua realidade atual. Portanto, se você quiser acelerar as coisas, coloque o foco em você, e não tanto na realidade.

Com freqüência, você até precisa liberar as suas metas, para ficar aberto para receber. Isto soa  paradoxal. Mas, de fato, estamos apenas dizendo que você precisa aceitar completamente sua realidade atual, antes que possa avançar para uma nova. Se você não aceita a sua realidade atual, e se agarra às suas metas de uma forma tensa, você não está movendo-se para frente. 

Nada deixará a sua realidade, a menos que você a ame. Amá-la é igual a “libertá-la”.

A menos que você abrace a sua realidade atual e aceite-a como criação sua, ela não poderá deixá-lo, porque você está negando uma parte de si mesmo. Você está dizendo “não” àquela parte de você que criou esta realidade para você. Você gostaria de cortar esta parte indesejada de você e seguir em frente.

Mas você não pode criar uma realidade mais amorosa a partir do ódio por si mesmo. Não pode “colocar-se voluntariosamente” dentro de uma nova realidade, empurrando as partes indesejadas para o lado. O poder da vontade não lhe serve nesta situação. O que você precisa é entrar em contato com o seu coração. As energias da compreensão e a aceitação são os verdadeiros blocos da construção de uma realidade nova e mais satisfatória.

Quando você interage com a realidade a partir do coração, você permite que a realidade seja. Não procura modificá-la; você simplesmente e cuidadosamente observa o que ela é.

Quando o coração se torna o administrador do seu ser, o centro da vontade (o plexo solar) segue-o. O ego (ou a faculdade da vontade) não é eliminado, uma vez que ele cumpre naturalmente o papel de traduzir a energia do nível da consciência para o nível da realidade física. Quando esta tradução ou manifestação é guiada pelo coração, a energia da vontade cria e flui sem esforço. Nenhuma pressão ou esforço está envolvida. É neste momento que ocorre a sincronicidade: uma importante coincidência de fatos, que favorecem a realização de suas metas. Parece-lhe milagroso,  quando as coisas trabalham juntas desta forma. Mas, na verdade, isto é o que acontece o tempo todo, quando você cria a partir do coração. A ausência de esforço é a “marca registrada” da criação a partir do coração.

CRIANDO A SUA REALIDADE A PARTIR DO CORAÇÃO

A verdadeira criatividade não está baseada na determinação e numa vontade forte, mas num coração aberto. Estar aberto e receptivo ao novo, ao desconhecido é vital para ser um verdadeiro criador. Então, uma chave para a verdadeira criatividade é a capacidade de não fazer nada: abster-se de fazer, fixar, focalizar. É a habilidade de colocar a sua consciência em um modo puramente receptivo, mas alerta.

É somente através de não saber, de deixar as coisas abertas, que você pode criar um espaço para que algo novo entre em sua realidade.

Isto vai contra aquilo que muita literatura da nova era fala sobre “criar a sua própria realidade”. É verdade que você cria a sua realidade o tempo todo. Sua consciência é criativa, quer você esteja consciente disso ou não. Mas quando você quer criar sua realidade conscientemente, como muitos livros e terapias ensinam, é essencial compreender que a forma mais poderosa de criar não está baseada na vontade (sendo ativo), mas na auto-consciência (sendo receptivo).

Toda mudança no mundo material – por exemplo, na área de trabalho, das relações ou do seu ambiente material – é um reflexo de mudanças no nível interno. É somente quando os processos de transformação interna terminam, que a realidade material pode responder, refletindo essa transformação de volta para você, mudando as circunstâncias em sua vida.

Quando você tenta criar a partir da vontade – por exemplo, focalizando-se ou visualizando suas metas o tempo todo – você ignora a transformação interna, que é o verdadeiro pré-requisito para a mudança. Você está criando de uma maneira artificial, e está destinado a decepcionar-se. Você não está criando a partir da profundidade da sua alma.

A alma fala com você nos momentos de silêncio. Você escuta verdadeiramente a voz dela, quando você não mais sabe. Muitas vezes, a alma fala muito claramente quando você desiste e se dá  por vencido. O que acontece, quando você desiste e se desespera, é que você se abre para o novo. Você libera todas as suas expectativas e torna-se verdadeiramente receptivo ao que é.

O desespero é causado pela opinião forte que você tinha sobre o que deveria acontecer na sua vida. Quando a realidade não corresponde a estas crenças, você se decepciona e até se desespera de alguma forma. No entanto, se você desiste dessas fortes expectativas e se atreve a estar aberto para o novo, você não precisa atingir esse ponto de desespero, antes de entrar em contato com a sua alma outra vez. Você pode ficar quieto, receptivo e aberto ao que ela lhe diz, sem precisar decepcionar-se primeiro.

Enquanto você “sabe exatamente o que quer”, você geralmente está limitando as possibilidades que estão disponíveis energeticamente para você. Esta nova realidade que você está procurando, seja um trabalho, um relacionamento ou melhor saúde, contém muitos elementos que você desconhece. Muitas vezes, você pensa que o que você deseja é algo que você conhece (um bom trabalho, um parceiro amoroso), projetado no futuro. Mas isto não é assim. O que você está fazendo realmente, ao criar uma nova realidade, é ir para fora dos seus próprios limites psicológicos. E você não pode saber agora o que existe além destes limites. 

Você pode perceber muito claramente que existe algo muito desejado ali, mas você não precisa limitá-lo, focalizando-o ou visualizando-o. Você pode simplesmente aguardá-lo com um sentimento de abertura e curiosidade. 
Realmente, para criar a realidade mais desejável para você, a auto-aceitação é muito mais importante do que focalizar os seus pensamentos ou a sua vontade. Você não pode criar algo que você não é. Você pode recitar mantras milhares de vezes e criar muitas imagens positivas em sua mente, mas enquanto elas não refletirem o que você realmente sente (por exemplo: raiva, depressão, intranqüilidade), elas não criarão nada além de dúvida e confusão (“Estou trabalhando duro, mas nada acontece”).

A auto-aceitação é uma forma de amor. O amor é o maior imã para as mudanças positivas em sua vida. Se você se amar e se aceitar pelo que você é, atrairá circunstâncias e pessoas que refletirão o seu amor próprio. É simples assim.

Sinta sua própria energia, todos os seus sentimentos. Sinta o quanto você é belo e sincero neste momento, em todas as suas lutas e tristezas. Você É lindo, com todas as suas “imperfeições” e “falhas”. E essa é a única conscientização que conta. Abrace aquele que você é, relaxe consigo mesmo; talvez até olhe para os “seus inúmeros defeitos” com senso de humor. A perfeição não é uma opção que você conhece. É apenas uma ilusão. Criar sua realidade a partir do coração é reconhecer a sua Luz, aqui e agora. Ao reconhecê-la, ao se tornar consciente dela, você está semeando uma semente que crescerá e tomará forma no nível físico. 

Quando Deus os criou como almas individuais, Ela ,(1) não exerceu sua Vontade. Ela estava simplesmente sendo Ela mesma e, em algum momento, sentiu que existia algo “lá fora” que merecia ser explorado. Ela não sabia exatamente o que era, mas era algo que a fez realmente sentir-se um pouco como se estivesse se apaixonando. E Ela assumiu, sem dificuldade, que Ela merecia experienciar esta nova e convidativa realidade. Ela também estava um pouco apaixonada por Si Mesma.

E então, vocês tomaram forma como almas individuais e Deus começou a experimentar a vida através de vocês. Como tudo isto aconteceu – os detalhes do processo da criação – Deus realmente não se preocupou com isso. Ela simplesmente amou a Si Mesma e ficou aberta à mudança. E estes são, realmente, os únicos elementos requeridos para que vocês criem sua própria e perfeita realidade: amor próprio e disposição para se aventurarem no novo.

ADAPTANDO-SE A VIVER A PARTIR DO CORAÇÃO

Criar a partir do coração é mais poderoso e requer menos esforço do que criar a partir do ego. Você não precisa preocupar-se com detalhes; necessita apenas estar aberto a tudo o que existe, tanto interna como externamente. Com esta abertura, você pode, de vez em quando, sentir um certo puxão. Pode sentir-se atraído para determinadas coisas. Este puxão é, na verdade, o silencioso sussurro de seu coração; é a sua intuição. Quando você age a partir da intuição, você está sendo puxado, em vez de estar impulsionando. Você não age enquanto não sente, no nível interno, que é adequado agir. 

Como você está muito acostumado a impulsionar – por exemplo, utilizando a sua vontade para criar as coisas – a mudança energética do ego ao coração é bem desafiadora para você. A mudança requer uma tremenda “desaceleração”. Para realmente entrar em contato com o fluxo da sua intuição, você tem que fazer um esforço consciente para “não fazer”, para deixar que tudo seja. Isto se opõe a muito daquilo que lhe ensinaram e a que você está acostumado. Você está muito mais habituado a basear as suas ações nos pensamentos e na força de vontade. Você deixa que os seus pensamentos determinem as suas metas e usa a sua vontade para realizá-las. Isto é totalmente o oposto da criação a partir do coração.

Quando você vive a partir do coração, você escuta o seu coração e depois age de acordo com ele. Você não pensa; você escuta, com uma consciência alerta e aberta, o que o seu coração lhe diz. O coração fala através dos seus sentimentos, não através da sua mente. A voz de seu coração pode ser ouvida melhor, quando você se sente tranqüilo, relaxado e assentado.

O coração mostra-lhe o caminho para a realidade mais amorosa e alegre para você neste momento. Seus sussurros e sugestões não estão baseados no pensamento racional. Você pode reconhecer a voz do coração por sua delicadeza e pelo toque de alegria existente nela. A delicadeza existe porque o coração não impõe; não existem condições vinculadas às suas sugestões. Seu “eu- coração” não está amarrado às suas decisões e ele o ama, faça você o que fizer.

Viver a partir do coração não significa que você se torna passivo ou letárgico. Deixar que as coisas sejam, sem rotulá-las de certas ou erradas, sem empurrá-las para um lado ao invés de para o outro, requer muita força. É a força de estar totalmente presente, de enfrentar tudo o que existe e apenas observar. Você pode sentir-se vazio, ou deprimido, ou nervoso, mas não procura afastar estas coisas. Tudo o que você faz é envolvê-las com a sua consciência. 

Você não compreende o verdadeiro poder da sua consciência. A sua consciência é feita de Luz. Quando você sustenta algo na sua consciência, há uma mudança por causa disso. Sua consciência é uma força curadora, se você não a limita com seu pensamento e seu vício de “fazer”.

Sua vida está ocupada pela ditadura da mente e da  vontade, a primazia do pensar e do fazer. Observe que tanto a mente quanto a vontade trabalham com regras gerais. Existem regras gerais de pensamento lógico: são as regras da lógica. Existem estratégias gerais para transformar o pensamento em matéria; são as regras de “administração do projeto”. Mas são todos princípios gerais. As linhas gerais e as regras gerais sempre têm um componente mecânico. Elas são aplicáveis a todos ou à maioria dos casos individuais, senão seriam de pouca utilidade.

Agora, a intuição trabalha de maneira muito diferente. A intuição ajusta-se sempre a uma pessoa, em um momento particular. É altamente individualista. Portanto, não pode estar sujeita a uma análise racional ou a regras gerais. Portanto, viver e agir de acordo com a sua intuição exige um elevado nível de confiança, porque suas escolhas são baseadas somente no que você sente que é correto, e não naquilo que as regras de outras pessoas dizem que é correto.

Assim, viver a partir do coração não só exige que você libere o hábito de usar excessivamente sua mente e o poder de sua vontade, mas também o desafia a verdadeiramente confiar em si mesmo.

Levará algum tempo para você aprender a escutar o seu coração, a confiar nas suas mensagens e agir de acordo com elas. Mas quanto mais você fizer isso, mais vai entender que é somente entregando suas preocupações e dúvidas à sabedoria de seu próprio coração, que você vai encontrar a paz interior.  

Quando você seguir por este caminho e entrar no terceiro estágio da transformação do ego para coração, você encontrará a paz interior pela primeira vez. Você perceberá que a ânsia de controlar a realidade através do pensamento e da vontade é que o deixa inquieto e ansioso.

Quando você libera o controle, você permite que a magia da vida se desenvolva. Tudo o que você precisa fazer é escutar – estar alerta ao que está acontecendo em sua vida, aos sentimentos que você tem em relação a outras pessoas, aos sonhos e desejos que você tem. Quando você está alerta ao que está acontecendo dentro de você, a realidade lhe provê de toda a informação que você precisa para agir adequadamente. 

Por exemplo, você pode estar consciente de um desejo em seu coração por uma relação amorosa, na qual você se comunica verdadeiramente com o outro. Se você simplesmente perceber e aceitar este desejo, sem procurar fazer algo a respeito dele, você ficará assombrado com a forma pela qual o Universo responderá a isso. Sem forçar nenhuma conclusão, apenas sustentando o desejo na Luz da sua consciência, o seu chamado será escutado e respondido. 
Pode levar mais tempo do que você espera, porque existem mudanças energéticas que precisam ocorrer antes que certos desejos possam ser satisfeitos. Mas você é o mestre, o criador da sua realidade energética. Se você criá-la a partir do medo, a realidade responderá de acordo com ele. Se você criá-la com confiança e entrega, você receberá tudo o que deseja e mais.

(1)N.T:- Ao ser questionada sobre o tratamento de Deus no feminino, neste parágrafo e no próximo, Pamela responde: “Eu me refiro a Deus, tanto como ‘Ele’ quanto como ‘Ela’, simplesmente para chamar a atenção para o fato de que Deus é ambos – masculino e feminino.”.

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa.

ABRINDO-SE PARA O ESPÍRITO

Salientamos quatro estágios na transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração:
1.
Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.
2.
Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.
3.
Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.
4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.
Agora nós falaremos do último estágio, que é estágio o quatro: abrindo-se para o Espírito.

Quando você entra no estágio quatro, encontra um lugar de paz e tranqüilidade dentro de si mesmo. Você entra freqüentemente em contato com um silêncio em seu coração, que você sabe que é do Eterno. Tudo o que você vivencia é relativo comparado com este Ser ilimitado e todo-abrangente. Este lugar de paz e silêncio dentro de você também tem sido chamado de Espírito.

Em suas tradições (esotéricas), é feita uma distinção entre espírito, alma e corpo.

O corpo é a morada física da alma por um tempo limitado.

A alma é a âncora não física, psicológica, da experiência. Ela carrega a experiência de muitas vidas. A alma se desenvolve através do tempo e lentamente se transforma numa bela pedra multifacetada, cada face refletindo um tipo diferente de experiência e o conhecimento nela baseado.

O Espírito não muda e nem cresce com o tempo. O Espírito está fora do tempo e do espaço. O Espírito em você é a sua parte eterna, atemporal, que é Una com o Deus que o criou. É a divina consciência, que é à base da sua expressão no espaço e no tempo. Você nasceu de um reino de pura consciência e levou parte dessa consciência consigo, através de todas as suas manifestações na forma material.

A alma faz parte da dualidade. Ela é afetada e transformada por suas experiências na dualidade. O Espírito está fora da dualidade. É a base sobre a qual tudo se desenvolve e evolui. É o Alfa e Ômega, que você pode simplesmente chamar de Ser ou Fonte.

O Silêncio, externo, mas especialmente interno, é a melhor entrada para se vivenciar esta energia sempre presente, que é Você no seu âmago mais profundo. No silêncio, você pode entrar em contato com a coisa mais milagrosa e auto-evidente que existe: Espírito, Deus, Fonte, Ser.

A alma carrega memórias de muitas encarnações. Ela sabe e compreende muito mais do que a sua personalidade terrena. A alma está conectada com fontes de conhecimento extra-sensoriais, tais como suas personalidades de vidas passadas e guias ou conhecidos dos planos astrais. Apesar desta conexão, a alma pode estar num estado de confusão, ignorante da sua verdadeira natureza. A alma pode ser traumatizada por certas experiências e, assim, permanecer num lugar de sombra por algum tempo. A alma está continuamente evoluindo e ganhando compreensão da dualidade inerente à vida na Terra.

O Espírito é o ponto imutável dentro desse desenvolvimento. A alma pode estar num estado de sombra ou iluminação, mas o Espírito não. O Espírito é puro Ser, pura consciência. Está tanto na Sombra quanto na Luz. É a Unidade subjacente a toda a dualidade. Quando você chega ao estágio quatro da transformação do ego ao coração, você se conecta com o Espírito. Você se conecta com a sua Divindade.

Conectar-se com o Deus dentro de você é como ser retirado da dualidade enquanto permanece totalmente presente e assentado. Neste estado, sua consciência é preenchida por um êxtase profundo, mas tranqüilo; uma mescla de paz e alegria. Você percebe que não depende de nada que esteja fora de você. Você é livre. Você está verdadeiramente no mundo, mas sem ser do mundo.

Conectar-se com o Espírito dentro de você não é algo que acontece de repente e para sempre. É um processo lento e gradual, no qual você se conecta, se desconecta se re-conecta... Gradualmente, o foco da sua consciência move-se da dualidade para a unidade. Ela se reorienta, descobrindo que, eventualmente, é mais atraída para o silêncio do que para os pensamentos e as emoções. Por silêncio queremos dizer: estar completamente centrado e presente, em um estado de consciência não julgadora.

Não existem meios ou métodos fixos para se chegar a isso. A chave para conectar-se com  o seu Espírito não é seguir alguma disciplina (como meditação ou jejum, etc.), mas realmente compreender. Compreender que é o silencio que o leva ao Lar, não os seus pensamentos ou emoções.

Esta compreensão cresce lentamente, à medida que você vai se tornando mais consciente do mecanismo dos seus pensamentos e sentimentos. Você desapega-se de velhos hábitos e abre-se para a nova realidade da consciência baseada no coração. A consciência baseada no ego dentro de você perde a força e lentamente morre.

Morrer não é algo que você faz; é algo que você permite que aconteça. Você entrega-se ao processo de morrer. Morte é outra palavra para mudança, transformação. É sempre assim. A morte é sempre uma liberação do velho e uma abertura para o novo. Dentro deste processo, não existe um só momento no qual vocês “não são”, isto é, no qual vocês estão mortos conforme a sua definição de morte. A morte, como vocês a definem, é uma ilusão. É apenas o seu medo de mudança que provoca o seu medo da morte.

Vocês não temem apenas a morte física, mas também a morte emocional e mental durante a sua vida. Mas sem a morte, as coisas se tornariam fixas e rígidas. Vocês tornar-se-iam escravos dos velhos padrões: um corpo gasto, formas de pensamento antiquadas, reações emocionais limitadas. Isto não é sufocante? A morte liberta. A morte é uma cascata de água fresca que abre à força os portões velhos e enferrujados, e impulsiona vocês para novas áreas de experiência. 

Não tema a morte. Não há morte, apenas transformação.

A passagem da consciência baseada no ego para uma vida centrada no coração é, de certa forma, uma experiência de morte. Quanto mais você se identifica com o Espírito, com o Deus dentro de você, mais você libera coisas com as quais costumava preocupar-se ou nas quais  colocava muita energia. Você percebe, em níveis cada vez mais profundos, que realmente não há nada para fazer, exceto ser. Quando você se identifica com a sua existência, ao invés de identificar-se com os pensamentos e emoções efêmeros que passam através de você, sua vida é afetada imediatamente. O Espírito não é algo abstrato. É uma realidade que você efetivamente pode trazer para a sua vida. Estar em contato com a mais pura das fontes, finalmente mudará tudo em sua vida. Deus ou a Fonte ou o Espírito é criativo por natureza, mas de formas quase incompreensíveis para você.

O Espírito é silencioso e perene e, todavia, criativo. A realidade do Eu Divino não pode realmente ser captada pela mente. Pode apenas ser sentida. Se você aceita-a em sua vida, e a reconhece como os sussurros do seu coração, lentamente tudo começa a ir para o seu devido lugar. Quando você está sintonizado com a realidade do Espírito – a consciência silenciosa que está por trás de todas as experiências – você deixa de forçar sua vontade sobre a realidade. Você permite que as coisas voltem ao seu estado natural de ser. Você torna-se o seu Ser verdadeiro, natural. Tudo acontece de forma harmoniosa, significativa. Você percebe as coisas se encaixando segundo um ritmo natural, segundo seu próprio fluxo natural. Tudo o que você precisa fazer é estar sintonizado com este ritmo divino e soltar os medos e a má compreensão, que fazem com que você tenha vontade de intervir.

AJUDANDO OS OUTROS, A PARTIR DO NÍVEL DO ESPÍRITO

Quando você tiver feito a transição da consciência baseada no ego para a baseada no coração, você estará em contato mais ou menos constante com o fluxo divino do seu interior. Neste estado, não há necessidade ou desejo de ajudar os outros, mas isto vem naturalmente para você. Você atrai isto para si, mas não através da vontade. Energeticamente, você está emitindo certas vibrações agora. Há algo presente no seu campo de energia, que atrai as pessoas para você. Não é algo que você faz, mas algo que você é. Há uma vibração disponível na sua energia, que pode ajudar as pessoas a entrarem em contato com o seu próprio Ser divino.

Você pode ser um espelho para essas pessoas, no qual elas podem realmente ver um problema ou dificuldade ser liberado e transformado na energia da solução. Elas podem sentir a energia da solução (que sempre está baseada no contato com a própria divindade) no seu ser. Você é capaz de lhes ensinar alguma coisa, e o ensinamento acontece quando você é você mesmo. Não é transmitindo conhecimentos ou utilizando certos métodos, que você vai ensinar e curar. É permitindo-se ser exatamente quem você é e expressando-se da forma mais alegre possível, que a sua presença se torna verdadeiramente útil. É compartilhando a si mesmo com outros, que você lhes possibilita o acesso a um espaço de cura, no qual eles podem escolher entrar ou não. Isto cabe a eles.

Como curador ou terapeuta, você realmente só tem que se manter em contato com o fluxo divino interno, com a consciência silenciosa que é o Espírito. Efetivamente, é esta conexão que move as pessoas e as leva a um estado de consciência mais elevado, mais livre, se assim o escolherem. Se o fizerem, isto acontecerá no ritmo e fluxo próprios de cada um.

Estar presente para os outros, deste jeito, está ligado a um sentimento de caráter bem neutro. Representa um nível de imparcialidade, no qual você libera seu desejo pessoal de transformar ou “curar” os outros.

Este desejo, apresentado por todos os Trabalhadores da Luz em algum estágio, não se origina de uma verdadeira compreensão do caminho interior que as pessoas querem seguir para encontrarem sua própria verdade interior. As pessoas, na sua maioria, precisam chegar ao fundo de certas questões, antes de estarem verdadeiramente prontas para liberá-las. Quando elas agem assim, realmente “ganham” a solução do problema e isto lhes dá uma profunda satisfação. Talvez você reconheça isto na sua própria vida e nos problemas com os quais você lutou. Por favor, esteja consciente disto e não se esforce para impedir as pessoas de “chegarem no fundo”. Se elas estão determinados a chegar lá, elas chegarão lá, independente de tudo o que você possa fazer ou dizer.

É melhor não se envolver emocionalmente com as pessoas a quem você ajuda. O envolvimento emocional leva à vontade pessoal de curar ou transformar os outros. Este desejo pessoal não ajuda os outros, mas pode, sim, causar bloqueios no processo de cura deles. Toda vez que você quer que as pessoas mudem você não está num espaço de amor e tolerância. Elas sentem isto. Você pode pensar que está “lendo-as” (psicologicamente), mas elas também são leitoras perspicazes de você!

O estágio quatro de transição do ego ao coração consiste em transcender o nível da alma  e elevar-se ao nível do Espírito. É claro que não queremos dizer que a alma seja, de alguma forma, “menos” que o Espírito. O fato é que você é maior e mais abrangente do que a sua alma. A alma é um veículo para a experiência. Ao se identificar com o Espírito em você, com o seu próprio Ser Divino, todas as coisas que você vivenciou em muitas e muitas vidas encaixam-se em seus devidos lugares. Você se eleva acima das experiências, não se identificando com nenhuma delas. Isto tem um efeito curativo sobre a alma.

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa.

O SEU SER DE LUZ

Nos capítulos anteriores da Série Trabalhadores da Luz, nós fizemos um relato, mais ou menos cronológico, sobre a história e o desenvolvimento interior das almas dos Trabalhadores da Luz. Essa história pode lhes dar a impressão de que vocês se desenvolvem no tempo, do ponto A para o ponto B, da escuridão para a luz, da ignorância para a sabedoria. E, de certa forma, esse é o caso.
Mas, neste último capítulo, nós queremos dirigir a sua atenção para uma perspectiva diferente, uma forma diferente de olhar para si mesmo. Uma perspectiva que os eleve para fora do tempo, para fora de uma história particular, e os faça conhecer sua existência atemporal, ou seja, a sua multidimensionalidade. 

Existe uma parte de vocês que é totalmente independente de espaço e tempo. Esta parte é livre para entrar, a qualquer momento, em qualquer dimensão ou área de experiência que ela deseje. Ela é livre para escolher entre escuridão e luz em qualquer momento. 

Da sua perspectiva terrena, vocês caminham do ponto A para o ponto B de um modo linear. Por exemplo, vocês atravessam os quatro estágios de desenvolvimento que nós discutimos, passo a passo. No entanto, de uma perspectiva atemporal, multidimensional, o seu eu verdadeiro não está se desenvolvendo no tempo, ele é aquele que está experienciando o desenvolvimento. O seu eu verdadeiro não precisa se desenvolver. Ele admite essa experiência por sua própria livre escolha. Esta escolha é motivada por um conhecimento profundo do enorme valor de se experienciar a dualidade. 

Da perspectiva do seu Ser espiritual e atemporal, vocês são livres, a qualquer momento, para experienciar qualquer ponto da linha entre A e B e Z. Vocês podem ativar qualquer realidade de consciência para si mesmos, a qualquer momento, pois a idéia de que vocês estão presos dentro de um certo estágio de desenvolvimento é, em última análise, apenas uma ilusão.

A razão pela qual queremos dirigir a sua atenção para esta perspectiva, é que ela pode ajudá-los a transpor as barreiras internas. Pode ajudá-los a penetrar através daquele véu de ilusão e entrar em contato direto com seu próprio Ser de Luz: a energia do anjo que você verdadeiramente é.

Para que vocês compreendam esta perspectiva como um ponto de vista real, a partir do qual vocês podem olhar para si mesmos, nós precisamos discorrer um pouco sobre a noção de tempo.

TEMPO

No nível mais elevado da unidade, não existe tempo. Este é o nível do Espírito, Deus, existência pura (vejam o capítulo anterior). Neste nível, não existe nenhum desenvolvimento, nenhum “tornar-se”, mas apenas “ser”. No nível mais baixo da unidade, onde a separação é experimentada mais fortemente, emprega-se uma noção de tempo falsa, linear. Com “falsa” quero dizer uma noção científica, abstrata de tempo, completamente destituída de subjetividade e conteúdo percebido. Neste sentido, o tempo é uma estrutura objetiva fora de vocês. O tempo é algo colocado sobre as suas experiências como uma moldura externa. 

Um “curriculum vitae”, por exemplo, que vocês enviam quando estão procurando emprego, geralmente consiste dessa descrição objetiva e linear de fatos. Neste ano eu fiz isto, naquele ano eu me formei em tal escola, etc. Vocês enfatizam o lado externo, visível, das coisas. O lado interno das coisas – a motivação, o significado, a subjetividade – é deixado de fora.

Nos níveis energéticos entre a unidade e a separação, o tempo é uma realidade que “flutua” com as suas experiências. O tempo é uma idéia experimental: uma forma de esculpir a experiência. Nesses níveis, existe tempo, mas ele não é uma coisa independente ou externa às suas experiências. 

Por exemplo, nos planos astrais, onde vocês viajam durante o sono e também depois que morrem, não existe “tempo de relógio”. O tempo do relógio é a tentativa máxima de desconectar o tempo da subjetividade, isto é, de vocês e das suas experiências. É uma grande ilusão. Nos planos astrais, o tempo é o ritmo das suas experiências. Às vezes vocês descansam agora vocês encontram alguém, depois vocês estudam para si mesmos, etc. Quando um estágio termina e outro começa não é determinado pelo tempo do relógio – algo externo – mas pelo seu fluxo interno de sentimentos, por aquilo que parece natural para vocês.

Este sentido natural do tempo ou ritmo também pode fazer parte da vida na Terra. A subjetividade do tempo, isto é, o fato de que o tempo pode ser experimentado de formas diferentes em várias circunstâncias, é familiar a todos vocês. Vocês dizem que “o tempo voa” quando vocês estão se divertindo, enquanto o tempo parece ficar parado quando estão na sala de espera do dentista, ou numa fila no supermercado. 

Agora, o cético dentro de vocês poderá dizer: o tempo é percebido como vagaroso, quando as circunstâncias experimentadas são negativas, enquanto o tempo parece ir mais rápido quando as circunstâncias são positivas. Mas, o tempo em si é sempre o mesmo, tiquetaqueando da mesma forma rígida, independente de como vivenciamos as coisas.

Esta é a noção de tempo de “estrutura objetiva”, também chamada noção linear de tempo. Ela se origina de uma abordagem racionalista, científica do tempo. 

Mas, imaginem que não existissem relógios, nem noite e dia, nem quaisquer influências naturais como o sol, a lua e as marés, com as quais se pudessem medir o tempo. Então, vocês só poderiam confiar no seu sentido subjetivo de tempo. Sua medida objetiva de tempo – o relógio – não se baseia realmente em alguma coisa externa; ela é o produto da mente humana que deseja dividir e classificar. A mente humana extraiu certos tipos de coisas do fenômeno natural da Terra. Mas “o tempo em si”, independente do fator humano, não existe. É uma ilusão, que é o produto de um tipo de consciência que está presa na crença da separação.

O tempo é essencialmente subjetivo. O tempo é uma forma de moldar a experiência de tal forma que vocês possam compreendê-la. Por exemplo, às vezes vocês dizem de alguém: “Ele é uma alma velha”. Vocês realmente estão pensando no número de anos ou de vidas dessa pessoa, quando se referem à velhice da sua alma? Ou estão querendo dizer que ela expressa certas qualidades, como sabedoria, equilíbrio, serenidade, mais do que certa quantidade de tempo? A referência ao tempo, na expressão “alma velha”, é realmente uma referência à experiência. 

O tempo, no sentido completo da palavra, é a “dinâmica do vir a ser” no nível interno. Pode ser um conceito útil, enquanto os ajude a articular o ritmo ou fluxo natural das coisas. Mas, quando concebido como uma coisa objetiva, pairando sobre vocês, ele tende a limitá-los e a distrai-los. Vocês não estão limitados a uma determinada linha de tempo. Vocês não são um ser linear. Existem níveis do seu ser que estão fora da estrutura do tempo que vocês estão vivenciando no presente. É para este aspecto de vocês, isto é, para a sua multidimensionalidade, que nós queremos dirigir a sua atenção agora. 

MULTIDIMENSIONALIDADE

De acordo com a noção linear de tempo, você não pode estar presente em mais de um lugar ao mesmo tempo. Por “você”, o conceito linear quer dizer o seu corpo, seu cérebro e sua consciência, que, de alguma forma, está presa ao seu corpo/cérebro (a ciência ainda não consegue explicar exatamente como o corpo e a consciência estão “amarrados”, mas ela afirma – geralmente – que a consciência não pode existir sem um corpo físico). 

De acordo com o conceito “completo”, subjetivo, de tempo, você está presente onde quer que a sua consciência resida. Onde você está, no tempo e no espaço, é determinado pelo foco da sua consciência e não pela localização do seu corpo. 

Por exemplo: você está na estação, esperando que o seu trem chegue. Como ainda vai demorar algum tempo, você se senta e fica ali fitando o nada e, sem perceber, você entra num estado ligeiramente alterado de consciência. Você está pensando em alguém com quem você esteve conversando ontem. Você se lembra claramente de toda a conversa e de como você foi afetado por ela. Você revive alguns aspectos da conversa, trazendo-a do seu passado para o seu momento do Agora. O que realmente está acontecendo aqui, é que você está viajando para o passado e visitando as energias daquele momento outra vez. Suas energias do Agora interagem com as energias do Passado, possivelmente criando alterações na sua experiência daquele momento e, assim, alterando o passado. 

Por “alterar o passado”, nós não queremos dizer que você altera alguns aspectos físicos, mas que você os cobre com uma interpretação ou perspectiva diferente. Entretanto, ao alterar o conteúdo percebido de certo acontecimento passado, você está, num certo sentido, alterando o acontecimento para você.
Apenas pense neste exemplo.

Você teve uma conversa com alguém, que ficou muito ofendido por causa de um comentário seu, que realmente não tinha nenhuma intenção de ser uma crítica. Essa pessoa, com quem você estava falando, começou a destratar você e logo foi embora. Você, por sua vez, acabou ficando ofendido, sentindo-se mal compreendido, zangado e chocado ao mesmo tempo. Depois que você chegou em casa, ainda se sentiu aborrecido por algum tempo, mas depois deixou essa questão de lado e teve uma boa noite de sono. No dia seguinte, na estação, você teve que esperar o trem e então, subitamente, lembrou-se daquela conversa esquisita, onde as coisas acabaram mal de uma forma tão surpreendente. Agora você olha para isso de uma perspectiva diferente e, de repente, você percebe porque o homem se sentiu tão ofendido com o seu comentário. Você se lembra de alguns fatos do passado dele, que você tinha simplesmente esquecido antes de ter aquela conversa. Agora você pode ver a reação emocional dele sob uma luz completamente diferente, principalmente como não tendo nada a ver com você. Não era você que estava causando a dor; você apenas trouxe à tona uma antiga ferida de dentro dele. Esta perspectiva ativa uma resposta emocional diferente dentro de você. Você sente certo alívio interno e, sim... perdão. “Ah, agora eu entendo... pobre sujeito.”

Nesse momento, você está recriando o passado. Você está cobrindo-o com uma interpretação diferente dos fatos, que substitui a sua reação inicial. Para ser claro, isto não significa que a reação inicial não aconteceu, mas que as energias de raiva, choque e desentendimento foram transformadas em compreensão e perdão. Aconteceu uma “alquimia espiritual” através da interação entre o passado e o presente. 

Na verdade, os fatos físicos não são tão importantes. É o conteúdo percebido de uma situação, a sua reação energética a ela, que realmente molda a sua vida e a sua realidade. Portanto, podemos dizer corretamente que você pode alterar o seu passado, viajando através do tempo até as energias do passado que ainda precisam de uma resolução. 

Enquanto você está na estação, conduzindo a sua viagem através do tempo, existe alguma camada da sua consciência que ainda está presente no seu corpo. Você pode perceber, “no fundo da sua mente”, que suas mãos estão ficando frias ou que algumas crianças estão falando alto atrás de você. A consciência é capaz de se dividir. Ela pode estar em lugares diferentes ao mesmo tempo, o que quer dizer que a consciência pode residir em diferentes realidades energéticas ao mesmo tempo. 

Este é o significado da multidimensionalidade. Sua consciência não é limitada ao espaço e ao tempo. Embora vocês tenham um acordo básico, durante seu tempo de vida na Terra, de que alguma parte da sua consciência esteja sempre conectada com seu corpo terreno, isso não quer dizer que ela seja limitada a um ponto específico no tempo. Vocês não são limitados pelo passado nem pelo futuro, pois eles não são fixos. Eles são campos líquidos de experiência. Eles são mutáveis e vocês podem interagir com eles a partir do Agora.

A sua consciência é multidimensional, mesmo quando vocês pensam que estão presos dentro do seu corpo físico. Vocês conhecem a expressão “Ela está presa no passado”? Uma pessoa não pode se desapegar do passado e sua consciência está preenchida por experiências e emoções passadas, tais como arrependimento, remorsos ou simplesmente tristeza. Essa pessoa “não está aqui”. Ela está literalmente no passado. Como no exemplo acima, ela está interagindo com o passado a partir do momento presente, mas não de uma forma liberativa, alquímica. Seu corpo está presente no aqui e agora, mas ela está presa no passado. Para ela, o tempo se mantém parado, enquanto o relógio está tiquetaqueando e medindo as semanas e meses que vão passando. Isto é porque ela não se move experimentalmente. Ela não flui com os processos naturais da vida e da experiência. Este é um exemplo de multidimensionalidade. Mesmo quando vocês se limitam a um foco tão estreito de consciência, vocês estão sendo multidimensionais. Com isso eu quero dizer que multidimensional não é algo que vocês se tornam, mas algo que vocês são. Faz parte da sua natureza, faz parte do seu estado natural de ser.  

A verdadeira questão é: como vocês podem ser multidimensionais de uma forma liberativa e transformadora? Como vocês podem empregar a sua multidimensionalidade de tal modo que possam movimentar-se livremente através das dimensões, sem perderem contato com o seu espírito divino? Sendo multidimensionais a partir de um lugar de sabedoria e consciência: este é o seu destino espiritual. O seu destino é tornarem-se criadores multidimensionais totalmente conscientes.

Ser conscientemente multidimensional significa liberar a ilusão do tempo linear, o que também significa liberar a idéia de que vocês são (nada mais do que) os seus corpos. 

Ser conscientemente multidimensional é identificar-se com o espírito (Deus) presente dentro de vocês, e que é absolutamente livre para penetrar qualquer reino de experiência (= dimensão) que ele escolher. 

Ser conscientemente multidimensional é uma parte essencial da realidade da Nova Terra.

A razão pela qual vocês lutam com o conceito de multidimensionalidade, é que vocês pensam em “estar em dois lugares ao mesmo tempo” de uma forma física. O seu corpo físico não pode estar em dois lugares físicos ao mesmo tempo, no entanto, as dimensões não são lugares físicos, não são “pedaços de matéria”, por assim dizer. As dimensões são reinos de consciência, esferas de consciência que vivem de acordo com certas leis (energéticas).

Sua consciência pode participar de diferentes dimensões ao mesmo tempo. Isto acontece AGORA. Existem realidades do passado, do futuro, dos planos astrais, de vidas passadas, do anjo dentro de vocês, e inclusive outras, que se interceptam e se encontram dentro de vocês, aqui mesmo e neste instante. Vocês SÃO multidimensionais agora. Mas o são de uma forma consciente? Vocês permitem que as dimensões fluam para dentro e para fora de vocês? Vocês aceitam as energias que elas lhes trazem e podem reconhecê-las como sendo suas? 

Vocês interagem, o tempo todo, com outras dimensões das quais fazem parte, mas quando fazem isso de uma forma consciente e acolhedora, vocês realmente transformam essas realidades dimensionais. Ao abraçarem energias presas ou reprimidas daquelas dimensões, trazendo-as para a Luz da sua consciência, vocês liberam e integram partes do seu Ser e modificam o seu presente. 

Muitos reinos de consciência se encontram dentro de vocês e vocês são essencialmente os Mestres que escolhem vivenciar qualquer um deles. Vocês são livres para viajar através de qualquer um deles, rápido ou devagar, longe ou perto. Enquanto se identificam com o Espírito dentro de si mesmos, vocês se mantêm conscientes de que são livres. 

Mas quando vocês ficam presos em pensamentos limitadores, como “isto não é possível”, “isto não é permitido”, “isto não vai dar certo”, etc, vocês submergem na ilusão da separação. Vocês são pegos pela ilusão do tempo linear, a ilusão de que vocês são um corpo, a ilusão de que vocês são separados de Deus. Desta forma, a alma fica temporariamente “presa” a certos reinos de experiência. Ela se esquece das suas verdadeiras origens, da sua divindade e da sua liberdade. 

“Ser pego” ou “ficar preso” também é chamado de carma. 

“Desprender-se” ou soltar-se geralmente se processa através de uma série de passos ou estágios que vocês chamam de “crescimento interior”. Do ponto de vista humano (linear), vocês estão “liberando o carma” e lentamente transformando a si mesmos segundo os quatro estágios de desenvolvimento interior que descrevemos na série Trabalhadores da Luz. Entretanto, do ponto de vista do Espírito, vocês estão simplesmente saltando de volta para o seu estado natural de percepção divina. Deste ponto de vista, liberar o carma nada mais é do que lembrar-se da sua própria divindade. 

O SEU SER DE LUZ

Muitas dimensões, muitos reinos de consciência se encontram dentro de vocês. E vocês realmente são os mestres, os criadores de todo o campo de dimensões. Vocês são uma estrela com muitos raios, uma consciência de alma com muitas manifestações. Vocês são livres para ativar qualquer realidade que escolham. Se abandonarem a idéia de tempo linear ou cronologia, vocês se permitirão acreditar que o passado ou o futuro não determinam vocês. Então poderão se sentir no centro de um campo vibrante de dimensões, todas emanando de uma fonte divina, atemporal: VOCÊS.

Imaginem-se no centro de todas estas realidades, no centro de todas estas possibilidades e, em seguida, escolham uma que traga a maior Luz para vocês.
Escolham o raio mais brilhante, mais amoroso do campo e, então, por um momento, vão para dentro dele e sintam como é SER esse raio.

Este é o seu Ser de Luz. 

Esta é a parte de vocês que mais se parece com Deus. 

Tradicionalmente, os seres mais próximos de Deus são chamados arcanjos. 

E isso é o que vocês são, nesta dimensão, exatamente agora. 

Vocês realmente são arcanjos.

Os arcanjos são seres que estão muito perto da Fonte/Espírito/Deus, mas não são completamente uno com Ele. Estão um passo para fora da consciência absoluta, isto é, dos Seres puros sem diferenciação, identidade ou individualidade. 

Os arcanjos têm um tipo de individualidade. Existe singularidade em todos eles. Pode-se dizer que um arcanjo tem certas características. Não se pode dizer isto de Deus ou da Fonte. Deus è Tudo e Nada. Por isto, os arcanjos entraram “no reino da separação”, o reino de Eu versus o Outro. Eles fazem parte da dualidade, embora ligeiramente.

Um arcanjo é um aspecto de Deus que se manifestou como um Ser específico, uma Forma específica. O filósofo grego Platão chamou isto de “uma Idéia”, o que – nos nossos termos – é  uma realidade energética básica ou “arquetípica” que transcende o mundo físico. Nesse sentido, os arcanjos são Idéias platônicas. Existe um arcanjo (Idéia) do Amor, da Verdade, da Bondade, etc., cada um personificando a energia de um aspecto específico de Deus. Os arcanjos não são tanto pessoas, mas campos de energia com uma propriedade característica.

Por que o Espírito ou Deus exteriorizou aspectos de Si mesmo deste modo?
Ele fez isso pela alegria da criatividade. As energias de arcanjo são uma expressão da inesgotável alegria criativa de Deus. 

Os arcanjos não estão fora de Deus. Nada está fora de Deus. Deus está em tudo. Deus está presente em todas as energias criadas como o “aspecto Espiritual”. Este aspecto é o que torna UNA todas estas energias. O que separa um ser de outro, o que o faz diferente e único é o “aspecto da alma”. O aspecto da alma inclui a individualidade de um ser. 

Todos os seres criados que têm individualidade são verdadeiramente uma união de Espírito e Alma, de consciência (espírito) e experiência (alma).
A criação é uma dança de Espírito e Alma.

Os arcanjos são, por assim dizer, os filhos primogênitos de Deus. Não são os “primeiros” num sentido linear, mas no sentido de estarem muito próximos de Deus. Eles carregam uma profunda consciência interior da sua divindade (o “aspecto Espiritual”). Os humanos percebem os arcanjos como uma Luz brilhante e pura. 

Existem diferentes arcanjos. Todos os arcanjos emanam energia como raios de luz de um sol. Emitindo estes raios cada vez mais longe, o arcanjo entra em contato com espaços desconhecidos, com reinos de experiência que são novos para ele. A energia do arcanjo estende-se para fora e, neste movimento espontâneo, criativo, ela desliza através daquilo que é Outro, diferente dela, aquilo que não é Luz, mas Escuridão. Aqui, Escuridão significa simplesmente: mais afastado da Unidade/Espírito – mais voltado para os reinos da individualidade.

Deus ou o Espírito não é nem Escuridão nem Luz. Deus simplesmente É. Os arcanjos são seres de Luz. Ao criar a Luz, Deus também criou a Escuridão. Isto é simplesmente porque os arcanjos estão na dimensão da dualidade, fora da Unidade. Eles têm um sentido de individualidade. A criação do ser de Luz (o anjo) trouxe consigo a criação do ser Escuro, a parte do Ser onde a Luz está ausente. Existe beleza nesta polaridade, já que constitui a dinâmica da criação.

Deus, ser e consciência puros, desejava a experiência, e esta experiência Ele(Ela) obteve através do universo criado, através da Sua presença nos aspectos luminoso e escuro desse universo. 

O que os arcanjos iam experimentar, depois de entrarem no reino da dualidade, Deus não sabia. Isto é o que Ele ansiava: não CONHECER tudo, mas experimentar algo novo. Ao darem um passo para fora da Unidade, os arcanjos entraram num espaço vazio, um espaço de potencialidade, um espaço de possibilidades inesgotáveis. 

Os arcanjos descobriram que eles podiam criar muitas formas, e viver dentro delas. Toda forma que vocês habitam, como um ser consciente, tem um certo ângulo ou perspectiva inerente a ela, que permite que uma “consciência sem forma” experimente as coisas de maneiras específicas. Todo o processo dos arcanjos aventurando-se em busca de experiências pode ser retratado como uma imensa cascata de luz cintilante. A energia dos arcanjos saiu aos borbotões da Fonte/Deus, como um fluxo massivo de água brilhante, cintilante, indo em todas as direções. Dentro desta enorme corrente de água, pequenas correntes se separaram e foram se dividindo em correntes menores ainda, até chegarem a ser pequenas gotas de luz líquida. Estas gotas podem ser comparadas com unidades individuais de consciência, cada uma com seu próprio conjunto de experiências. 

A dança do Espírito e da Alma agora havia verdadeiramente começado!
As unidades individuais de consciência, que nós chamamos almas, seguiram sua viagem. Elas carregavam no fundo de si mesmas, a energia do Espírito ou da Fonte, bem como a energia do arcanjo da qual originaram. Mas, à medida que viajaram para mais e mais longe, elas vieram a experimentar que era possível esquecer suas origens, esquecer sua divindade e perder-se na escuridão e na ilusão. Esta polaridade de escuridão e luz podia ser melhor experienciada como um ser humano, vivendo na Terra. 

Quando descrevemos o processo dos arcanjos emanando da Fonte e finalmente tornando-se um ser humano, parece que estamos contando uma historia linear, cronológica. Mas isto não é assim. A emanação ou cascata de energia de Deus está acontecendo Agora mesmo. Este relato lhes fala sobre as identidades que estão disponíveis para vocês Agora, não sobre quem vocês foram num passado distante. Neste preciso momento, há uma camada de energia pura de arcanjo dentro de vocês, uma camada de Luz pura. Também há camadas de confusão e medo dentro de vocês. Mas vocês podem escolher, a qualquer momento, ser o ser de Luz, o anjo que vocês são. Isto não é algo que vocês precisam desenvolver, é simplesmente uma parte de quem vocês são.

É importante que se dêem conta de que vocês não precisam admirar mestres espirituais, guias ou anjos. Não existe nenhuma autoridade acima de vocês. Vocês mesmos estão entre os “primogênitos’, sentados próximos ao trono de Deus. Vocês mesmos são Deus e anjo.

A forma mais fácil de entrar em contato com seu ser de Luz é conectando-se com a camada de pura consciência, de puro Espírito, dentro de vocês. Vocês fazem isto se aquietando, nos níveis externo e interno. O silêncio que vocês experimentam então, na verdade está sempre presente em vocês; vocês só têm que se conscientizar dele. 

Quando vocês estão conectados com o silêncio – a dimensão da eternidade dentro de vocês – vocês podem sentir o desejo do Espírito por experiência. Foi deste desejo que nasceu o seu ser de Luz. A alma experimenta a maior alegria na interação entre o Espírito e a experiência, a interação entre a divindade e a humanidade. Este é o segredo do universo.

Quando vocês são puramente Espírito, sua realidade é estática. Nada muda. A experiência e o movimento só aparecem quando há um relacionamento com algo fora de vocês/Espírito. Quando  vocês sentem algo diferente de vocês mesmos, há um convite para explorar, sentir, descobrir. Mas para experimentar algo diferente de vocês, vocês precisam sair da Unidade absoluta, fora de Deus/Espírito. Quando vocês fazem isto, passam a ser uma alma individual.

Vocês são uma alma única, um pé no reino do Absoluto, um pé no reino do Relativo (dualidade). 

Em suas explorações da relatividade (dualidade), vocês podem se afastar tanto do Lar, que perdem contato com o elemento de Espírito dentro de vocês. Então sua alma se perde na ilusão do medo e da separação. 

A maior alegria possível é quando vocês fazem parte no reino da Experiência, enquanto permanecem conectados com o Espírito, com o Lar. A interação equilibrada entre o Espírito e a Alma é a fonte da maior criatividade e Amor.

Deste ponto de vista, vocês todos estão a caminho de encontrar o equilíbrio correto entre a Unidade absoluta e ser uma alma individual. Aqueles entre vocês que são Trabalhadores da Luz estão, no presente, trabalhando em direção a uma maior conscientização da sua Unidade com o Espírito. Eles viajaram dentro da dualidade por muito tempo, e eles – você, por exemplo, meu querido leitor – estão prontos para regressar ao Lar. No entanto, não para um Lar estático de Pura Unidade, mas para uma realidade dinâmica, criativa de humanos divinos, multidimensionais, cuja experiência estará cheia de alegria e Luz.

Este é o final da série “Trabalhadores da Luz”. Em todos aqueles que leram isto, há uma intensa saudade do Lar e uma profunda determinação para realizar seus desejos mais profundos. Mantenham seus anseios e desejos vivos, e confiem neles, porque eles os levarão ao Lar.

Com meu mais profundo Amor, 

Jeshua

© Pamela Kribbe              
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa.